quarta-feira, 22 de julho de 2020

OBRAS NA FIGUEIRA (viver aqui, litoral próspero de outros tempos, significa não ter tradição do exercício da cidadania, de lutas, muito menos manifestações. Aqui, registo um desfile de Abril. Quanto ao 1º de Maio: são sempre os mesmos, a reboque dos sindicalistas resistentes) 3

"Se me oferecem uma peça de tecido bonita, inteira e me dizem: “Agora escolhe o modelo e a modista eu pago. É uma prenda.” Ficaria contentinha e com as tarefas mais aborrecidas – ir às compras e escolher, completamente perfeitas, passadas e acabadas. Agora se me dão o tal futuro vestido já cortado e para piorar mal cortado, vai ser muito difícil escolher seja o que for. Já passei por esta provação, até com o fatito de casamento e creiam que não é fácil. Então que “coisa” irei conseguir com o desastre que me chegou às mãos? Às tantas, apenas uns calcões para jardinar ou uma saída de praia curta, mal amanhada. O mesmo acontece com a revitalização da baixa da cidade. Se se falar de infraestruturas, bem pouco ou nada há a fazer. Os figueirenses e especialmente os comerciantes da zona e moradores só querem é que as obras se concluam. Fugirão de tentar inventar mais qualquer coisa, chega de experiências mal sucedidas, também elas de gosto “manhoso”. Agora se revitalização quiser significar actividade, animação, muito se poderá fazer e as últimas iniciativas até que foram interessantes. Debatemo-nos com o problema da pandemia mas esta não há-de durar sempre, se bem que pareça querer demorar-se! Mas pensar no futuro e em momentos mais felizes do que os que hoje se vivem, não nos poderá fazer mal algum. Impossível prever o dia de amanhã mas há sempre que prepará-lo. Quereria que a velhinha Rua da República fosse revitalizada do ponto de vista comercial. Uma dor o número de pequenos comércios que ali fecharam e por toda a cidade. Um futuro auspicioso só poderá acontecer passando por esta vertente e também pela valorização dos salários, naturalmente. Adoraria vê-la com esplanadas ao longo dos seus 500m. Mas o Verão é curto e a baixa mais do que só a Rua da República. Música ambiente durante todo o ano seria algo que apreciaria muito. Apoio aos comerciantes e associações no sentido da promoção de iniciativas que levem pessoas a passear pela parte antiga da cidade não apenas no Natal ou pela Páscoa. Concursos de montras, porque não? E árvores, árvores e flores."
Via Diário as Beiras

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