"O mais difícil é trazer novos residentes para a baixa da cidade. Só com pessoas a morar na zona histórica da Figueira da Foz é que podemos revitalizar o comércio, os serviços e justificar investimentos elevados nos espaços públicos. Sem residentes em permanência todas as obras estão condenadas a fracassar na tentativa de trazer novos espaços comerciais e mais consumidores a esta zona.
Compatibilizar o uso do carro, o seu parqueamento temporário (para ir às compras) e de longa duração (residentes), com a exiguidade do espaço é fundamental para atrair uma parte dos potenciais residentes. É um trabalho exigente que mexe com velhos hábitos e obriga a uma alocação eficiente do espaço, inovado nas soluções. Necessariamente que a tónica deverá ser incentivar a mobilidade pedonal, melhorando substancialmente passeios e o espaço público. E isso, digo-o eu em tom provocatório, exige técnicos de fora capazes de mudanças substanciais na melhoria das acessibilidades. Esse é um problema crónico na Figueira: mau planeamento e execução defecitária da infra-estrutura urbana, desde os passeios que continuam a ser estreitos e feitos à medida do carro, ignorando as necessidades do peão, até à má gestão do património arbóreo.
As recentes obras de milhões de euros não vão revitalizar significativamente a baixa. Alguns aspetos são tão caricatos, como o “promontório” em frente à Caixa Geral de Depósitos, que nos levam a pensar que não há um plano estratégico e estamos a gastar em vão fundos nacionais e da União Europeia. Objetivamente a revitalização da baixa passa por todo um esforço de compreensão detalhada das causas e soluções para o abandono de tantos edifícios e espaços comerciais, e depois aplicando políticas coerentes de dinamização desse património.
Falta ainda muito mais diálogo com quem aí vive e trabalha. As obras e mudanças têm que ser apropriadas pela população. Não se pretende que haja unanimismo, mas somente uma construção muito mais participada do que se deseja aí empreender. Esse trabalho está por fazer."
Via Diário as Beiras
Compatibilizar o uso do carro, o seu parqueamento temporário (para ir às compras) e de longa duração (residentes), com a exiguidade do espaço é fundamental para atrair uma parte dos potenciais residentes. É um trabalho exigente que mexe com velhos hábitos e obriga a uma alocação eficiente do espaço, inovado nas soluções. Necessariamente que a tónica deverá ser incentivar a mobilidade pedonal, melhorando substancialmente passeios e o espaço público. E isso, digo-o eu em tom provocatório, exige técnicos de fora capazes de mudanças substanciais na melhoria das acessibilidades. Esse é um problema crónico na Figueira: mau planeamento e execução defecitária da infra-estrutura urbana, desde os passeios que continuam a ser estreitos e feitos à medida do carro, ignorando as necessidades do peão, até à má gestão do património arbóreo.
As recentes obras de milhões de euros não vão revitalizar significativamente a baixa. Alguns aspetos são tão caricatos, como o “promontório” em frente à Caixa Geral de Depósitos, que nos levam a pensar que não há um plano estratégico e estamos a gastar em vão fundos nacionais e da União Europeia. Objetivamente a revitalização da baixa passa por todo um esforço de compreensão detalhada das causas e soluções para o abandono de tantos edifícios e espaços comerciais, e depois aplicando políticas coerentes de dinamização desse património.
Falta ainda muito mais diálogo com quem aí vive e trabalha. As obras e mudanças têm que ser apropriadas pela população. Não se pretende que haja unanimismo, mas somente uma construção muito mais participada do que se deseja aí empreender. Esse trabalho está por fazer."
Via Diário as Beiras
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