sábado, 11 de abril de 2020

PÁSCOA, OS VALORES DA DEMOCRACIA E O ESQUECIMENTO DO 25 DE ABRIL...

Mensagem do Presidente da Câmara Municipal, Carlos Monteiro

"Figueirenses, 
Começo por fazer votos de que se encontrem bem, assim como os vossos familiares, neste momento em que todos vivemos um momento determinante para o concelho, para o país e para o mundo.
Desde sempre, mas agora de uma forma muito particular, no meio desta pandemia, cada um de nós renova o orgulho de viver em Democracia, e uma grande gratidão para com o Serviço Nacional de Saúde, já que sem ele a saúde de cada cidadão não teria garantido um tratamento de igualdade.
E é particularmente em alturas como esta que podemos reconhecer a grandeza da essência dos valores da Democracia.
Nestes tempos difíceis, só o Estado Social nos ajudará a superar os obstáculos que enfrentamos, sendo efetivamente visto como um investimento e não como um encargo. Só por meio da sua ação, em comunhão com uma prática de coesão social, dominada pelo princípio da solidariedade, poderemos ultrapassar este desafio sem deixar ninguém desprotegido.
Termino, desejando que esta seja uma Páscoa, dentro dos seus condicionalismos, muito feliz e, sobretudo, com saúde."


Num momento de emergência,  é natural que o ambiente político fique aparentemente apaziguado. Os políticos gostam de debitar mensagens de paz e  unidade, pois acreditam que o povo gosta de os ver unidos. 
Ao mesmo tempo, dá para ver o que há muito não se via: muita política, com responsáveis governamentais e autárquicos,  a dar o máximo, para tentar lucrar eleitoralmente com o desempenho nesta crise.
Ainda bem que é assim: o vírus é poderoso.
Sobre a mensagem do presidente Carlos Monteiro, dada a proximidade da data, não teria ficado mal, penso eu, lembrar o 25 de de Abril. Se vivemos em Democracia - e este ano os democratas não vão poder celebrar colectivamente a data -, a meu ver, não teria sido descabido lembrar a data que permitiu que os figueirenses "vivam com os valores da Democracia"
Mas compreende-se: estamos em emergência e temos de privilegiar a "paz e unidade"... E os valores do 25 de Abril, para alguns, não são consensuais.

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