sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Da série, já que não há polícia... (5)

Figueira da Foz 1984?

"Sim, concordo com a instalação de câmaras de videovigilância na cidade, porém com algumas garantias preventivas com intuito de salvaguardar a liberdade de todos os cidadãos que frequentam os espaços públicos da Figueira da Foz. Numa era em que uma grande fatia da população confia os seus dados pessoais, conversas privadas, locais por onde esteve, gostos e opiniões pessoais a empresas multinacionais tecnológicas, não me chocaria se o Estado português obtivesse uma ferramenta que lhe permitisse visualizar aquilo que se passou nas ruas da Figueira da Foz num determinado momento.
Pessoalmente, sinto-me muito mais confortável em confiar as minhas imagens pessoais ao Estado, ao invés de uma empresa privada de tecnologia, cujas decisões são tomadas por acionistas que eu não conheço de parte alguma. Porém, mesmo sendo o Estado ou a autarquia o detentor das imagens, gostaria de salvaguardar aquela que é a minha opinião quanto ao modelo de utilização das gravações. 1. As gravações dos aparelhos de videovigilância só podem ser consultadas em caso de haver uma queixa-crime, relativa a um crime que se realizou no raio de vigilância das câmaras. Com intuito de perceber melhor o sucedido, identificar suspeitas e testemunhas. 2. O sistema de videovigilância deve ser detido na totalidade por entidades públicas e as gravações de imagens devem estar seguras, permitindo apenas o acesso às forças de autoridade. 3. As gravações devem servir como prova em tribunal.4. Não aceito qualquer tecnologia de reconhecimento facial neste sistema. Este será certamente um de-bate interessante e enriquecedor para a nossa cidade. Porém, acredito que esta ferramenta apenas iria reforçar o forte sentimento de segurança da Figueira. A nossa cidade é segura, não existindo grandes motivos para considerar o contrário.
Porém, os episódios esporádicos de violência, como foi o caso dos disparos no Bairro Novo, impele-nos a procurar formas de evitar acontecimentos semelhantes no futuro. Se a videovigilância resolve isso? Talvez não, mas certamente será um meio dissuasor a futuros acontecimentos criminais."

Via Diário as Beiras

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