António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quinta-feira, 20 de julho de 2017
O espinho não magoa a flor...
Todos o sabemos, incluindo ele próprio: o maior desiderato dum escritor, é conseguir escrever uma obra-prima.
Uma vez escrita e publicada, a vida do escritor está cumprida.
E é só por isso, que jamais chegarei a publicar uma.
Muito menos de poesia!..
Ser Poeta, é ter a capacidade de nos fazer pensar.
Com o tema mais banal, com o facto mais comum, com a ideia mais vulgar, o Poeta consegue que sonhemos.
Que nos interroguemos.
Que consigamos não perder a capacidade de nos mantermos vivos.
Mas, como dizia o Poeta... Passo a citar Luís de Camões:
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades."
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