Margem sul, estrada nacional 109: a antiga, que saindo da Gala em direcção a sul atravessa vários locais povoados; por onde apraz a vários ciclistas passear e fazer algumas “acrobacias” nos fins de semana e não só; por onde se podem encontrar diariamente e em várias horas, muitas pessoas que se deslocam a pé; com uma elevada densidade de tráfego automóvel. É esta: sem bermas, ou a existirem, cobertas por densa vegetação, nomeadamente canas, espécie reconhecidamente autóctone (lol ), algumas belas e ferozes silvas estrategicamente espalhadas, e muitas acácias que ocasionalmente até riscam os carros….. Questiono-me sobre o que estará à espera a autarquia para arranjar condignamente umas, pequenas que sejam, bermas decentes, por onde os peões possam andar com um mínimo de segurança e onde os ciclistas se possam “refugiar” em caso de aperto….. Acredito que alguns frenesins como, por exemplo, o que anda aí à volta de um Cabo, sejam muito mais apetecíveis porque darão maior projecção ou outras benesses, sei lá, do que a segurança e o bem estar de uns míseros habitantes. Míseros, mas que pagam impostos, como todos os outros. Talvez se espere que uns acidentes matem uns quantos para que o tema seja digno de debate e atenção. Ou não, porque mais uma vez me esqueci: A Figueira não tem margem sul. Para quem por aqui passa, isto apenas aparenta ser uma “no man’s land”.
Com a devida vénia, via Ana Maria Maia
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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