O que estará reservado para a Figueira, sobre tudo que está para além da curva das autárquicas de outubro próximo, duma esquina da cidade ou, simplesmente, do dia de amanhã?
É fácil de adivinhar: pura e simplesmente não sabemos...
E ainda bem que não sabemos!
Contudo, em 2017, ano de eleições autárquicas, anda para aí gente muito importante a pretender adivinhar o futuro.
Eu, garanto que não!
Segundo o que pode ser lido na edição de hoje do jornal AS BEIRAS, "João Ataíde adiantou que vai apresentar em breve o plano de promoção turística da Figueira da Foz, em fase de conclusão."
Por outro lado, informou ainda "que a cidade vai integrar uma rede europeia de eventos, apresentando-se com O RFM SOMNII - Maior Sunset de Sempre como referência internacional."
O presidente Ataíde prestou estas informações na última reunião de câmara, em resposta a uma questão colocada pelo vereador da oposição João Armando Gonçalves sobre a participação na Feira Internacional de Turismo de Madrid, onde a Figueira da Foz esteve representada pelo Turismo Centro de Portugal.
Se esse "tal plano de promoção que vai ser apresentado" em 2017, ano de eleições autárquicas, se concretizasse, este seria o tipo de turismo que abomino.
Gostaria pouco de me sentir no meio de resmas de turistas, numa cidade onde tudo seria organizado pelo presidente Ataíde e pela sua magnífica equipa de colaboradores.
Eu sou assim em tudo: gosto de delinear o trajecto e alterá-lo ao sabor dos caprichos do momento. Mesmo em férias, sempre valorizei o sentimento de liberdade de fazer o que me dá na real gana.
Todavia, compreendo perfeitamente que, em 2017, ano de eleições autárquicas, um presidente que tem sido um político ineficaz e desastrado na gestão do concelho da Figueira, pretenda apresentar, neste momento, a imagem aos eleitores figueirenses de que possui uma visão do futuro esperançosa, embora, na verdade, tenhamos muito poucos motivos para isso.
Mas, compreendo.
O presidente Ataíde também é humano.
E faz parte da natureza humana esperar por melhores dias.
Eu também tenho os meus defeitos: por exemplo, não há nenhuma razão estatisticamente consistente para jogar no euromilhões.
No entanto, continuo a jogar todas as semanas.
2017 é um bom ano para os figueirenses jogarem num futuro melhor...
Só sai a quem joga, isto é, a quem vota...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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