Uma foto da minha mãe, a tirar o sal da marinha. Apesar da má qualidade da foto, pode ver-se a dureza do trabalho. "O sal era branco, mas fazia o coração preto", dizia-me a minha mãe.
Gosto da concordância das emoções.
Porém, a verdade e a autenticidade nem sempre são a mesma coisa.
A verdade, por vezes, é o que convém.
A autenticidade é a possibilidade de alguém ser capaz de revelar a realidade.
Uma guerreira é uma guerreira.
E a palavra que melhor define a minha Mãe, que era uma mulher da paz e dos consensos, é essa mesmo - guerreira.
Leia-se: na luta pela sobrevivência, dela e dos seus.
Foram quase oitenta e sete anos, uma longa vida, ainda por cima, vivida com muitas dificuldades, inúmeros desgostos e algumas amarguras.
Não conheceu o Pai, soldado na I Grande Guerra. Ficou viúva, aos 46 anos de idade, no tempo em que não havia reformas, com 3 filhos e uma Mãe de idade já avançada para cuidar.
A vida é tão difícil para alguns… Contudo, a minha Mãe deu a volta por cima e foi sempre uma mulher lutadora e uma filha, mãe, avó e bisavó dedicada.
João: o teu comentário emocionou-me.
Mais: humedeceu-me os olhos, o que não é demonstração de fraqueza.
Num tempo em que pessoas têm medo de exprimir emoções vividas ao longo do seu percurso, fica o meu agradecimento.
1 comentário:
Camarada como é bom recordar mas ás vezes dói.
Um abraço
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