Neste momento, tudo é possível: até Portugal vir a ser campeão.
Isso pode acontecer. Mas mesmo que isso aconteça, nada seria alterado.
Esta selecção, que tem jogadores que até sabem jogar bom futebol, neste europeu, tirando um ou duas excepções, parece que perderam a capacidade de mostrar o que realmente valem em termos de talento futebolístico e andam para ali no relvado a fazer outra coisa - talvez, a jogar ao jogo do Fernando Santos.
Até um gajo que não percebe nada de futebol, como é o meu caso, percebe que o seleccionador além de não colocar os melhores jogadores que tem ao dispor em campo - vá lá saber-se porquê... - tem ido a jogo com um futebol sem ligação, entre a defesa, o meio-campo e o ataque.
Tem valido a sorte, que por acaso não lhe tem sido madrasta.
Talvez que a sua maior virtude seja a protecção dos "santinhos".
Num país que tem a fama e o proveito - e isso é reconhecido internacionalmente - de ter os melhores treinadores do mundo, como é possível ter calhado um Fernando Santos como seleccionado nacional?
Fernando Santos, neste momento, corre o risco de ser Campeão da Europa - se a sorte não o abandonar - mas nunca será um treinador de topo.
Não é lixado ver bons jogadores transformados em futebolistas vulgares?..
Nota de rodapé.
Eu sei que Fernando Santos, «não se importa de ser o patinho feio…».
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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