Há 9 anos e muitos meses, que andamos por aqui a dar notícias da Aldeia.
Tanto tempo depois, para desgosto de alguns, ainda por cá andamos...
Olhando para trás, modestamente, penso que este espaço, contribuiu para trazer à colação muitos problemas desta Aldeia, esquecida de gentes e poderes, da qual, não se costumava dizer muito...
Para preocupação de alguns, Outra Margem adquiriu estatuto intervencionista, ao denunciar questões importantes para a Aldeia, para a cidade e até para o concelho, como, por exemplo, o "caso da erosão costeira a sul do Mondego", o "caso da falta de segurança da nossa barra", o "caso Alberto Gaspar", o "caso do Hospital que foi colocado dentro de um parque de estacionamento", o "caso de uma câmara de maioria absoluta socialista, que decidiu fazer reuniões de câmaras à porta fechada", etc.
Este espaço, protestou e lutou em nome do autor e, certamente, veiculando e dando voz ao protesto de muitos que não sabem como o fazer, contra o descalabro e a má governação a que estamos sujeitos.
Sem falsa modéstia, este espaço acabou a contribuir por integrar a Aldeia na propalada globalização, sendo, desde há anos, um elo de ligação e uma fonte diária de notícias para muitos daqueles que, para conseguir sobreviver, tiveram de emigrar e estão espalhados por vários cantos do mundo...
Enquanto português, pagador de impostos e eleitor, há muito que desacreditei dos políticos que tenho conhecido.
A esses, a meu ver, resta apelar a algum bom senso que ainda possam ter...
Nos últimos anos, reduziram o emprego, a instrução, a saúde, a competência, a capacidade de criar, a riqueza, a iniciativa privada, a vontade de viver e investir num país falido, enquanto fomos vendo aumentar impostos, reduzir apoios sociais, salários e pensões.
Dos políticos locais, apenas espero que na próxima campanha política, os candidatos nos falem de forma clara dos projectos que têm para o Concelho e para cada uma das freguesias que o compõem. É, apenas, isto que espero.
Por mim, estão dispensados de passar cá pela Aldeia, com discursos políticos e promessas que se vão repetindo, campanha eleitoral após campanha eleitoral.
É o que menos me interessa. Quero compromissos claros e exequíveis. Quero gente que esteja ao nosso lado e na primeira linha a dar a cara pelos interesses da Aldeia e que lute connosco pela defesa da nossa terra sem calculismos políticos.
Uma sugestão aos presidentes da junta: podem começar por lutar para mudar a realidade que são os orçamentos ridículos atribuídos anualmente para as freguesias.
A minha visão da sociedade e a minha maneira de estar na vida, não concebe ou admite, que para enganar terceiros e colher benefícios eleitorais, se gastem milhares de euros em equipamentos culturais e, passados anos, por falta de planeamento sustentado, funcionem como "tascas".
É por isso, sem querer impor a ninguém esta minha visão e esta minha maneira de estar na vida, que não me calarei e não deixarei de protestar contra hipocrisias e oportunismos políticos.
É a democracia que me permite ter opinião. Exactamente, a mesma democracia que, por ironia do destino, permite ao Cavaco ser presidente da República, ao dr. Costa ser primeiro-ministro, ao dr. Ataíde ser presidente da CM, ao António Salgueiro ser presidente da junta, curiosamente num país, num concelho e numa Aldeia, onde essa mesma democracia possibilita aos cidadãos eleger quem melhor lhes poderia responder aos seus anseios e aspirações...
Quanto ao que faço da minha vida, se escrevo em blogues, como em tempos escrevi em jornais, como em tempos fiz parte dos corpos directivos das Colectividades, fui membro de um executivo da junta de S. Pedro, andei a dar banho à minhoca, isso, os críticos deveriam saber que são assuntos da esfera da minha vida privada.
Ninguém obriga ninguém a candidatar-se ao exercício de cargos políticos.
O que faço do meu tempo é comigo.
Assim como é comigo viver onde quero viver, pelo que dispenso imposições, sugestões ou conselhos para me mudar, se me não sentir bem na Aldeia.
Fruto do trabalho, dos meus progenitores e meu, consegui garantir, há muito, os meios para que tal fosse possível nos quase 62 anos da minha vida. Quando a Aldeia que é a minha terra natal, não reunir condições para que aqui habite, com a qualidade de vida mínima que qualquer cidadão deve exigir, saberei mudar-me, sem que seja empurrado.
O problema de fundo, para alguns, é que cada vez mais cidadãos da Aldeia, aspiram igualmente a uma Aldeia mais digna, mais desenvolvida, mais capaz de garantir habitabilidade, qualidade de vida e emprego aos seus filhos, coisa que até ao presente, não foi conseguida.
As reminiscências de um caciquismo serôdio, velho de quase 30 anos, não afugentam ninguém.
Bom domingo, bom natal e um próspero ano novo.
Amanhã, a luta continua...
2 comentários:
Servem estas curtas linhas para lhe desejar um BOM NATAL.
Servem estas curtas linhas para lhe agradecer o espaço de liberdade que tem produzido, diariamente, para esta cidade e para o público.
Cito, Fábio Monteiro, vencedor do prémio Gazeta Revelação 2014:
"É imperativo ter a coragem de dizer não. Essa é a minha única esperança. Porque há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não. Os que resistem, os que dizem não, os que estão aqui presentes, esses são os jornalistas."
O Sr tem experiência de jornais, blogues, etc… mas eu sou um cidadão banal que apenas tem uma certeza: em democracia há sempre alternativas!
Não existem assuntos perigosos! Perigoso é não termos acesso à informação. Perigoso é não conhecermos o que se passa à nossa volta. Na verdade, o ano termina com a “má notícia” do fim da PAF...E agora o que vai ser de nós...?
E muito aqui se tem debatido o tema intenso dos últimos meses: direita ou esquerda, eis a questão? Que caminho seguir? Que futuro construir?
Um FUTURO e que se inscreva na tradição humanista das forças democráticas de esquerda, onde o respeito escrupuloso pelos Direitos Humanos e pela liberdade dos povos, seja e continue a ser, o motor ideológico dessa causa comum.
Felicidades e um bom Ano Novo 2016!
Boas Festas e boas postagens.
Enviar um comentário