Como se António Costa não
fosse também filho de um «histórico comunista».
E Ricardo Costa, director do Expresso, jornal que publica a notícia, também – e do mesmo pai, imagine-se!
Os comunistas sempre
fizeram filhos e não os comeram todos ao pequeno almoço.
1 comentário:
O NOJO !
Nascer é o feito dos outros.
O nosso é depois de nascer
até chegarmos a ser
aquele que o sonho nos faz.
Almada Negreiros, trecho de “As Quatro Manhãs”
Num país medíocre e cinzento, o PCP foi uma excepcção. Nunca baixou os braços. Muitos dos seus foram presos, torturados e mortos, na esperança e na luta pela liberdade.
Não sou, nunca fui, filiado no PCP. Mas, já ando por cá há anos suficientes para, antes e depois, da “gloriosa madrugada” ter participado em acções políticas e sindicais contra o antigo regime e na democracia, no lado “esquerdo da vida”. Como já aqui o escrevi, apesar de acompanhar, este e outros blogues, com regularidade nunca tive paciência para participar. No entanto, o sobressalto cívico nunca morre e há momentos em que devemos dizer: presente!
Sou, e sempre fui, demasiado heterodoxo, não catalogável, crítico acérrimo da obediência estrita e da domesticação do pensamento, da esclerose das ideologias, no fundo “não sou um homem de partido mas sim um homem que toma partido” - Medeiros Ferreira.
Vem isto a propósito da “notícia” do Expresso sobre a vida e os pais de Fernando Medina, novo presidente da Câmara de Lisboa. Filho de dois ex-militantes, Edgar Correia e Helena Medina, facto que parece ser apresentado como um factor impeditivo e redutor da personalidade ou do trabalho que venha a apresentar.
Mas mais incrível é que, de facto, António Costa e o seu irmão, Ricardo Costa, director do Expresso, são também filhos de um histórico comunista. Seu pai, Orlando da Costa, militante do PCP, apoiou a candidatura de Norton de Matos e foi preso três vezes pela Pide (1950-1953). Da última vez, permaneceu no cárcere em Caxias por cinco meses e uma semana (acusado de militar em defesa da paz). Aí escreverá a sua tese. Passou pelo ensino particular até ser proibido de ensinar e trabalhou na publicidade.
O que quis o Expresso demonstrar? Independência? Por favor, há muito que desse semanário basta ler os títulos….
O racismo é uma coisa muito feia!
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