“Recentemente”, como refere a crónica de hoje do eng. Daniel Santos no jornal AS BEIRAS, “por iniciativa da câmara e da ACIFF discutiu-se o futuro da Figueira." Na opinião do cronista, “a probabilidade de se encontrarem soluções de futuro é maior se ocorrerem eventos desta natureza, onde possam discutir-se, de uma forma abrangente, as questões que tenham tradução na clarificação das metas e dos percursos para as atingir.”
Todavia, parece que nem todos desejam que seja assim, como regista a terminar a sua crónica o eng. Daniel Santos: “é óbvio que tais eventos devem ocorrer com a participação do maior número possível de cidadãos, o que não acontece quando, embora abertos ao público, tenham lugar a meio da manhã. Por isso, não posso opinar sobre o que lá se passou, tal como a generalidade dos cidadãos, muitos deles interessados no futuro da Figueira e que poderiam também dar o seu contributo. Ou será que tais eventos se destinam apenas a autarcas executivos, empresários e reformados?”
Presumo que o sublinhado pelo eng. Daniel Santos, não aconteceu por acaso. Entre os actuais responsáveis empresariais e políticos, há gente que, na prática, defende que não é possível, na Figueira, discutir seja o que for acerca do futuro - sobretudo, o futuro dos figueirenses - pois o tempo, no nosso tempo, corre a uma velocidade vertiginosa e os políticos eleitos, seguindo as regras da democracia representativa, vivem e governam para os ciclos eleitorais e a ditadura mediática, reduzindo a ética republicana a um minúsculo emblema que, no máximo, ostentam em lindos discursos de circunstância ou na lapela.
Temos o caso das reuniões camarárias realizadas à porta fechada e, depois, a acusação hipócrita das “elites” de que a maioria dos cidadãos não liga à política.
Neste momento na Figueira – espero que algum Movimento Cívico pegue na ideia – parece-me que o mais urgente e importante seria “convocar os figueirenses” para debater, enquanto é tempo, a saúde e a qualidade da democracia local.
Aquilo que o eng. Daniel Santos escreve no final da crónica que tenho vindo a referir é o cerne da questão para uma discussão profícua, consequente e séria do futuro da Figueira.
A saúde e a qualidade da democracia – isto é, a participação do maior número de pessoas na discussão dos problemas - deveria interessar aos poderes políticos e aos negócios. Mas, mais do que aos poderes políticos e aos negócios, interessa aos cidadãos e só o inconformismo que ouse colocar a democracia em debate pode salvar a própria democracia.
Todavia, penso que isso na Figueira será muito difícil de acontecer, pois pelo que conheço dos políticos locais, eles julgam que funcionam como um relógio suíço!
E quem é que ousa discutir com um relógio suíço que goza da fama de estar quase sempre certo?
Todavia, parece que nem todos desejam que seja assim, como regista a terminar a sua crónica o eng. Daniel Santos: “é óbvio que tais eventos devem ocorrer com a participação do maior número possível de cidadãos, o que não acontece quando, embora abertos ao público, tenham lugar a meio da manhã. Por isso, não posso opinar sobre o que lá se passou, tal como a generalidade dos cidadãos, muitos deles interessados no futuro da Figueira e que poderiam também dar o seu contributo. Ou será que tais eventos se destinam apenas a autarcas executivos, empresários e reformados?”
Presumo que o sublinhado pelo eng. Daniel Santos, não aconteceu por acaso. Entre os actuais responsáveis empresariais e políticos, há gente que, na prática, defende que não é possível, na Figueira, discutir seja o que for acerca do futuro - sobretudo, o futuro dos figueirenses - pois o tempo, no nosso tempo, corre a uma velocidade vertiginosa e os políticos eleitos, seguindo as regras da democracia representativa, vivem e governam para os ciclos eleitorais e a ditadura mediática, reduzindo a ética republicana a um minúsculo emblema que, no máximo, ostentam em lindos discursos de circunstância ou na lapela.
Temos o caso das reuniões camarárias realizadas à porta fechada e, depois, a acusação hipócrita das “elites” de que a maioria dos cidadãos não liga à política.
Neste momento na Figueira – espero que algum Movimento Cívico pegue na ideia – parece-me que o mais urgente e importante seria “convocar os figueirenses” para debater, enquanto é tempo, a saúde e a qualidade da democracia local.
Aquilo que o eng. Daniel Santos escreve no final da crónica que tenho vindo a referir é o cerne da questão para uma discussão profícua, consequente e séria do futuro da Figueira.
A saúde e a qualidade da democracia – isto é, a participação do maior número de pessoas na discussão dos problemas - deveria interessar aos poderes políticos e aos negócios. Mas, mais do que aos poderes políticos e aos negócios, interessa aos cidadãos e só o inconformismo que ouse colocar a democracia em debate pode salvar a própria democracia.
Todavia, penso que isso na Figueira será muito difícil de acontecer, pois pelo que conheço dos políticos locais, eles julgam que funcionam como um relógio suíço!
E quem é que ousa discutir com um relógio suíço que goza da fama de estar quase sempre certo?
3 comentários:
"A cultura critica não impera ainda em Portugal. Somos o Reino Cadaveroso; somos o Reino da Estupidez.”
(António Sérgio, 1926)
Não necessitamos de ter uma cor partidária para nos interessarmos por política, por cidadania.
Mas, já não tenho sistema nervoso que aguente esta cloaca máxima. Estamos perigosamente doentes. A sociedade portuguesa não vai aguentar por muito tempo.
Bom dia.
Já sou velha pra caraças...
Pelo que sempre ouvi dizer, parece que o Professor Salazar não era propriamente anti-democrata, o que ele achava é que o bom povo português não estava preparado para as responsabilidades e sobretudo para as más tentações para que, ao que constava, a Democracia arrastaria inexoravelmente o povo.
Por isso, como o povo não está preparado para entender discussões sobre a sua cidade, duas vezes por mês, nada como só lhes permitir aceder a uma.
Assim, evita-se pelo menos uma tentação...
O actual executivo camarário, fazendo jus à sua elevada preocupação de também só querer o melhor para o bom povo figueirense, parece achar que as coisas importantes, relevantes ou graves, que hão-de vir à tona em plena época de eleições, nos iam deixar a todos assim a modos que baralhados, com consequências inevitavelmente imprevisíveis em termos eleitorais daqui a pouco mais de 2 anos.
Imagine o prezado leitor, que sempre votou PS, daqui a 2 anos, ir a correr pôr o voto no PCP, no BE, ou PPD/PSD, ou o esforçado escriba deste blog a pôr a cruzinha no CDS/PP, tudo como consequência das tais coisas importantes, relevantes e graves que só iremos eventualmente conhecer na próxima campanha eleitoral...
Ao fim de 41 anos de intenso treino, há ainda coisas da Democracia figueirense que, pelo menos enquanto durar este executivo camarário, devem ficar fora do alcance da cambada que lhe coube em sorte pastorear.
O problema é que há certas pessoas que se estão obrando para os interesse dos Figueirenses.
É a velha maxima há quem sirva a cidade e há quem se sirva da cidade.
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