sexta-feira, 13 de março de 2015

Os “esquemas” dos profissionais da política...

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Penso que muita gente saberá que o Município de Lisboa, entre 09.01.2012 e 31.10.2013, pagou durante 670 dias (um ano e 10 meses) a Miguel Almeida 66 000 Euros, para Miguel Almeida andar a fazer campanha para as autárquicas na Figueira.
Pagou a Câmara de Lisboa, isto é, os contribuintes.
Mesmo assim, antes a Câmara que a Misericórdia...

Ninguém gosta muito de falar sobre estes assuntos.
Desde já um aviso: isto não é nada contra ou em desabono de Miguel Almeida.
A política não pode ser feita só pelos ricos.
As pessoas têm contas a pagar.
Alguém tem de pagar.
Mas quem?
Os privados?
Isso tem sempre um custo...
Os contribuintes, como foi o caso?
Isso também tem sempre um custo...
Como achamos que ninguém deve pagar, valemo-nos de “esquemas”...

A democracia, qualquer dia, só será acessível aos chamados “profissionais da política”.
Da direita à esquerda.
O sistema profissionalizou-se e exige dedicação a tempo inteiro – como foi o caso: entre a eleição interna e as autárquicas de outubro de 2013, o político Miguel Almeida passou largo meses "a tempo inteiro" em campanha.
Temos de ser realistas e concretos: como isto funciona, só um político a tempo inteiro ou um detentor de um emprego público tem condições de fazer campanha para um cargo político de relevo como é a presidência da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Nós, os normais, ou somos ricos, ou temos pais ricos, ou temos de ir trabalhar todos os dias, ou vamos ao Totta...

Quer queiramos, quer não, estamos entregues a profissionais da política – Cavaco Silva, Passos Coelho, António José Seguro, António Costa, Paulo Portas – e depois limitamo-nos a queixar que os políticos não percebem nada da vida real. O que é verdade.
Como em tudo na vida, há a excepção que confirma a regra - os funcionários públicos.

Aqui na Figueira, o Município de Lisboa, entre 09.01.2012 e 31.10.2013, pagou a Miguel Almeida 66 000 Euros, para Miguel Almeida andar a fazer campanha para as autárquicas de 2013, que se realizaram no dia 29 de setembro.
Nada de mais aceitável, compreensível e justo. Alguém tinha de o fazer. Isto, é: alguém tinha de pagar.
Antes a Câmara de Lisboa do que a Misericórdia...

António Costa foi na véspera do último debate à AR para preparar o grupo parlamentar do seu partido – o que  aumentou as expectativas de que o PS iria aproveitar para levar Passos Coelho ao tapete. 
Assisti ao debate. Com o debate a decorrer, enquanto nas galerias alguns jovens  invectivavam o primeiro ministro com gritos de  "Metes nojo", apenas Catarina Martins e Heloísa Apolónio se esforçaram por manter vivo e incisivo o debate. Ferro Rodrigues, então, fez uma intervenção estranha e quase patética... 
Não sei se terá  tido alguma coisa a ver com o comportamento do PS no debate a «visita» de António Costa na véspera, mas ontem li no jornal i, que o PS de José Sócrates contratou António Costa após a sua demissão do governo. Segundo o jornal “o PS, liderado por José Sócrates, contratou em 2007 António Costa como «assessor político», quando o socialista saiu do governo para se candidatar às eleições intercalares de Lisboa, para apoiar «a acção governativa» durante a presidência portuguesa da União Europeia. O período de prestação de funções foi de dois meses e meio, no qual Costa terá recebido um total de 12 500 euros, e coincidiu com toda a campanha eleitoral, terminando no dia antes da tomada de posse na Câmara de Lisboa. O líder socialista saiu do executivo a meio de Maio de 2007, para ser o candidato do PS nas intercalares de Lisboa, depois da demissão de Carmona Rodrigues. A candidatura foi aprovada pelos órgãos do partido no dia 15, quatro dias depois António Costa apresentava a sua lista à câmara. Seguiram-se a pré-campanha e a campanha até às eleições de 15 de Julho que António Costa venceu, tomando posse a 1 de Agosto. Durante este curto período eleitoral intenso, o socialista recebeu 5 mil euros mensais, de acordo com uma deliberação da comissão de gestão do partido a que o i teve acesso, e que entrou em vigor a 17 de Maio desse ano. Mas as funções associadas eram de assessoria política no contexto da presidência da União Europeia (no segundo semestre desse ano).” 

Percebem porque é que isto funciona assim? Percebem porque é que, por exemplo, o debate da passada quarta-feira na Assembleia da República, quando muitos esperavam que fosse viril, com perguntas incisivas da oposição sobre a questão que tem envolvido o incumprimento fiscal e contributivo de Passos Coelho, foi afinal uma decepção? 
Percebem agora porque é que, também, cá pela Figueira, alguns assuntos  - que é o que vai acontecer com o caso Figueira DOMUS - são tratados com "paninhos quentes" - como diz o povo, "pondo alguma água na fervura"...
Cá pra mim, devem existir muitos telhados de vidro na democracia portuguesa...
Em todo o Portugal continental e nas ilhas adjacentes...

2 comentários:

A Arte de Furtar disse...

O Centrão no seu melhor!
Mas como a vida está difícil todos têm telhados de vidro.
O grupo parlamentar com mais assessores é.....Bloco de Esquerda!
E sabem quem paga a muitos funcionários dos partidos?
A Assembleia da República, pois são dados como assesores ou.., dos partidos políticos.
Nesta matéria não há puros.
É a vida!

Assunto a retomar.

A Arte de Furtar disse...

Para um fim de semana de Sol uma notícia diferente:
"Carvalho da Silva disponível para se candidatar a Belém"- jornal I on line.
E transporta esperança?