quinta-feira, 12 de março de 2015

A vida difícil dos “boys”: Luís Cacho foi substituído por fax!..

Ao contrário do que, eventualmente, alguém poderá pensar, tenho uma grande consideração e comiseração pelos “boys”.
Sei que é uma fraqueza mas sou assim: o meu sentimento de solidariedade leva-me a ter estima pelos mais fracos e pelos que mais sofrem...
E os chamados “boys” estão nesta situação - na nossa classe política, são a “ralé”.
Como dei conta aos leitores deste blogue, o Porto da Figueira da Foz mudou de administração...
A «estória» é o habitual: saem “boys” do PS e entram “boys” do PSD.
Só que hoje tive conhecimento de outros pormenores: O presidente do Porto de Aveiro, José Luís Cacho, foi substituído por fax!..
Isto chocou-me e veio ao encontro com o que pensava e escrevi aqui: ao contrário do que muita gente pensa, não é fácil ser "boy". Mais difícil ainda, é manter-se "boy".
Num dia podem estar felizes - eram assessores e amigos de um qualquer Seguro, Costa, Santana, Coelho, Cavaco, Ataíde... - e, no outro, podem estar desempregados e sem amigos no poder.
Aliás, a vida difícil dos "boys" começa antes de o ser...
Tudo tem início quando têm que apostar em que partido e em que políticos desse partido devem apostar. Se apostam no partido errado, «estão feitos ao bife». Se apostarem no partido vencedor nada garante que estão garantidos: o político a quem andaram a escovar e a dar graxa, pode ficar-se por um lugar de deputado na última fila ou vereador sem pelouro...
Os "boys" – e eu conheço alguns - são dos que mais sofrem no chamado “mercado de trabalho político”, dos que mais estão sujeitos à mobilidade: se não souberem mudar de partido no momento certo, a sua longevidade pode ser curta. 
Passam horrores com a precaridade laboral, sofrem de doenças profissionais com destaque para os bicos-de-papagaio provocados pelos maus tratos a que a coluna vertebral é forçada, são obrigados a desempenhar funções pouco dignas como, por exemplo, a de «pitbull» do dono.
Acresce, ainda, que não é verdade que todos sejam privilegiados. Há "boys" de primeira e "boys" de segunda. Se, por um lado, há os que chegam a administrador de institutos ou assessores em Lisboa, por outro, também os há que não passam de humildes assessores de presidentes ou vereadores da província...

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