quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
«Não quero morrer».
A frase, proferida por um doente com hepatite C, hoje, cara a cara com o ministro da Saúde, no Parlamento, é um murro no estômago. O homem, de 50 anos, espera pelo medicamento desde 2013. Entretanto guerras entre Estado e farmacêuticas são colocadas em plano superior. O valor da vida parece não existir para quem tem na mão a capacidade de fazer a diferença. Há cinco dias, uma doente, nas mesmas circunstâncias, morreu no hospital de Santa Maria, em Lisboa. Aguardava igualmente o medicamento que lhe permitia manter-se viva. Em Portugal há 13 mil doentes. O medicamento custa entre 24 e 48 mil euros. O ponto a que chegamos neste país devia envergonhar todos aqueles que deviam proteger ao máximo os portugueses. Mas os que recorrem ao Serviço Nacional de Saúde, aqueles cuja vida depende de um simples fármaco que dita a luta entre a vida e a morte, esses agarram-se ao impossível, numa batalha sem fim e que corrói tremendamente.
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