sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

"100%" e o difícil passo seguinte

foto de Pedro Agostinho Cruz sacada daqui
O rumo dos acontecimentos e a situação política local no momento que passa, têm colocado na ordem do dia uma série de questões sobre a suficiência ou insuficiência da “indignação” e, mais profundamente, sobre as perspectivas de uma transformação democrática radical das relações de poder na nossa cidade.
Segundo li no jornal AS BEIRAS, o engº Daniel Santos, que em 2009 encabeçou a lista da Figueira 100% à autarquia figueirense, disse que este movimento independente poderá regressar ao activo.
“Neste momento encontra-se em estado de hibernação, na expectativa de, eventualmente, poder retomar um papel activo na política autárquica da Figueira da Foz”.
Em 2009, cerca de seis mil eleitores figueirense votaram no movimento.
Estes votos permitiram-lhe eleger dois vereadores, cinco deputados municipais e vários lugares para assembleias de freguesia.
Passados cerca de 6 anos, este movimento, pelo menos aos meus olhos, aparece como “100% emotivo”.
Na minha opinião, se a emoção serve para destruir, ela é especialmente incapaz de construir o que quer que seja.
É relativamente fácil colocar muitas pessoas de acordo quanto ao que rejeitam, mas teríamos inúmeras respostas diferentes se lhes perguntássemos o que pretendem.
A emoção é “líquida”, ferve facilmente, mas também arrefece passado pouco tempo.
A emoção é instável e inadequada para dar forma a algo de coerente e duradouro, como se viu com os 100% em 2013, e propensa à hibernação.
Eu, se fosse ao eng. Daniel Santos, pessoa por quem, aliás, tenho amizade e respeito, no actual contexto político local pensava melhor antes de dar o passo seguinte...

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