No País, a maior tragédia política
do Portugal contemporâneo é a fraca presença de espírito do
primeiro-ministro.
Não me refiro às políticas que têm
sido seguidas, porque a política está reduzida à economia e
finanças (vão perceber, mais uma vez, que PSD e PS são
praticamente a mesma coisa, quando o António Costa for
primeiro-ministro, lá para o final deste ano....).
Refiro-me à
personagem, por vezes grosseira, mas, sobretudo, cinzenta de Pedro Passos Coelho, da sua crónica falta de
jeito para a retórica e da sua conhecida e reconhecida inclinação para a banalidade.
Na Figueira, refiro a falta de jeito
para a retórica e para o exercício da política e da inclinação
para a banalidade de quase todo o executivo camarário - e em especial do presidente.
Tanto na Figueira como no País,
gostava de ter alguém no poder (e na oposição) que gostasse das
pessoas, de falar para as pessoas (fora dos períodos em que decorrem as campanhas eleitorais) e tivesse coisas para dizer - mas
sobretudo que gostasse das pessoas e de falar para as pessoas.
Na Figueira e no País, a meu ver, essa é a
nossa tragédia colectiva.Em vez disso, temos alguém no poder que está convencido de que está a cumprir uma «missão».
Espero sobreviver ao banho de cultura elitista que está a passar numa sala perto de mim.
Está a ser uma festa.
Por cá passaram - e vão continuar a passar - pessoas da cultura e outras figuras culturalmente menos relevantes.
Por vezes, dou comigo a colocar a hipótese de que, por aqui, o 25 de Abril não ficou completo e temos de o acabar – estou a referir-me à «falta de liberdade».
Isto, parecendo um completo absurdo, não assim é tão absurdo.
Recordemos que se há algum tipo de virtude que possamos encontrar no Estado Novo, essa teve a ver com a capacidade de disciplinar as contas públicas...
Para o português comum, não deverá haver pecado maior da democracia portuguesa, nos últimos 40 anos, do que a má gestão económica e financeira dos recursos nacionais, que nunca se preocupou em deixar como herança a dívida pública contraída para a construção de "oásis rodoviários e afins..."
Espero que compreendam, finalmente, a agitação em que ando desde que, em 1997, cá pela Figueira, uma cidade que sempre teve “os seus artistas políticos”, apareceu como candidato a alguma coisa Pedro Santana Lopes...
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