terça-feira, 10 de novembro de 2020

Um texto poético escrito em 5 minutos na esplanada do Cabedelo

Foto António Agostinho

São 17 horas e 40 minutos. Que bem que se está no Cabedelo! 
A sério. Que tarde de sol! 
Que bem que se come por aqui! Que bom e barato é o vinho!..
Não, de facto, desculpem mas começa a ser preocupante. É que não se está nada mal no Cabedelo... Perfeito? Claro que não. 
Mas, na Cova e Gala já vivemos tempos mais difíceis, mais complicados e mais imperfeitos. Já passamos mais dificuldades. Já aguentamos com mais barafunda. Já nos metemos em maiores confusões. O vinho já foi mais martelado. O leite já foi mais aguado e já escasseou mais. O trânsito já foi mais intenso e mais incomodativo. Até os autarcas já foram mais competentes que hoje são! 
Parece quase impossível, mas é verdade: o Cabedelo corre o sério risco de tornar-se como o resto da cidade atingindo as comodidades e o tédio citadino. 
Há nuvens no horizonte. Estamos demasiado bem para o nosso bem. Vem aí borrasca. E da grossa.
Porém, "enquanto o pau vai e vem, folgam as costas"
O bem que se vive ainda no Cabedelo, neste momento, faz lembrar o calor abafado e pegajoso que antecede uma tempestade. 
Vai ser mau de mais. 
P.S. (salvo seja): É poético, não é?

Sem comentários: