sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Na abertura do XXI congresso do PCP: (as minhas) dúvidas e inquietações


1
. Ao assistir à abertura do XXI Congresso, confirmo o que pensava: o PCP tem  capacidade organizativa que lhe permite garantir o cumprimento das regras de segurança em tempo de pandemia. 
2. O mesmo não se pode dizer do Chega que fez o seu Congresso no final do passado mês de Setembro, nas condições que tivemos oportunidade de ver. 
3. Acerca da legalidade dos dois congressos não paira réstea de dúvida. 
4. Mas, no caso do Congresso que se está a iniciar hoje, há um problema, que, penso, merecia ter sido avaliado: o esclarecimento da opinião pública e dos votantes da CDU, que permita receber, avaliar e aceitar o Congresso do PCP, que poderá (ou não) ter reflexos eleitorais.
5. A perceção pública, faz parte da vida política que não pode ser menosprezada numa democracia, onde o que decide é o voto do Povo. 
6. Neste momento, se em Portugal, na Europa e no Mundo, a maior ameaça vem da extrema-direita (sob as suas mais elaboradas formas), não se pode ignorar que existe o mito da chamada ameaça «vermelha». 
7. Concordo que o PCP não pode ficar preso à imagem que dele passam os seus inimigos, nem a factores eleitorais, mas também tem de  perceber e aceitar,  que em 2020 em Portugal,  na política a ideia de que o povo é que quem mais ordena se traduz na necessidade de legitimação pública. O PCP, como partido fundamental no Portugal saído do 25 de Abril de 1974, tem de ser mais que os seus militantes e a CGTP.
8. Não sou militante de nenhum partido, porém, a política há 50 anos que não me passa ao lado. Estou a ouvir em directo Jerónimo de Sousa, que a dado momento do seu discurso disse: «O PCP "não se dá ao privilégio e ao egoísmo de se resguardar".»
9. Diria mais: em 100 de existência, o PCP "nunca se deu ao privilégio e ao egoísmo de se resguardar". 
10. Perante isto, quem sou eu para opinar?
11. O que ficou escrito acima, foi só uma conversa reflexiva que tive comigo própria esta manhã, enquanto assistia em directo ao discurso de Jerónimo de Sousa na abertura do XXI congresso.
12. Rui Rio, acabei de confirmar em directo na televisão, neste processo, está ao seu nível: miserável.

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