"Durante os mandatos
de Aguiar de
Carvalho, foram
projectadas novas avenidas
que desviariam o trânsito
exterior dirigido às
praias e o fariam fluir sem
perturbar o quotidiano dos
figueirenses e do comércio
do centro da cidade.
A solução era óbvia e
resultou facilmente.
No entanto, na altura
ninguém imaginou que
um dia estas avenidas
também serviriam de
acesso a grandes superfícies
comerciais.
A
ajudar o planeamento que
estava para vir, ocorreram
oportunos incêndios em
terrenos do sopé da Serra,
que mais tarde ou mais
cedo viriam a servir de
base para instalação das
novas grandes superfícies.
Hoje, as avenidas que
originalmente serviam
para desviar o trânsito
exterior do centro da
Figueira passaram a atrair
os próprios Figueirenses,
que efectuam ali as suas
compras, vão ao cinema,
vão comer, etc.
Avenidas
pensadas para um rápido
fluir do trânsito passaram
a ser equipadas de semáforos,
de passadeiras
e de variados obstáculos
urbanos para a reduzir a
velocidade, aproximando
a velocidade média de
circulação nestas artérias
à velocidade de circulação
na zona antiga da cidade.
Nos dias que correm, a
deslocação do centro de
gravidade da cidade está
consumada. Esqueçam
o rio ou a praia, a Figueira
deslocou-se para uma das
suas periferias, atropelando
corredores verdes,
cursos água e zonas de
cheia junto à serra.
Isto é
outra cidade meus caros, e
não é bonita."
Novo centro de gravidade, uma crónica de Rui Curado da Silva, publicada no jornal AS BEIRAS.
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