O presidente da Junta de Lavos disse, na passada sexta-feira, que poderá vir a “lutar contra a revisão” do Plano Diretor Municipal (PDM), caso nada seja alterado em relação à sua freguesia.
José Elísio disponibilizou-se ainda para alargar a luta às freguesias que se sintam injustiçadas.
O autarca lavoense remeteu a decisão popular para o resultado da reunião que amanhã se realiza em Lavos, aonde técnicos da autarquia se deslocam para debater com a população a revisão do PDM.
Entretanto, o jornal As Beiras apurou que José Elísio viu gorada a pretensão de lotear um terreno de 17.500 metros quadrados que detém, em conjunto com o irmão, nas Regalheiras de Lavos.
Terá a impetuosa reação do político lavoense uma relação direta com a inviabilização do pedido que fez ao executivo camarário?
O autarca afirma que não está a ser juiz em causa própria. “Uma coisa é uma questão pessoal, outra coisa é o PDM. Não reconheço nenhuma vantagem no PDM, sobretudo em relação a Lavos. Não tem nada a ver com isso”, respondeu José Elísio. Contudo, reconheceu: “Gostava de valorizar o terreno, porque tenho filhos e o meu irmão também. Não estou a pedir nada que não seja justo, só estou a pedir que corrijam uma injustiça”.
José Elísio considera que está a ser alvo de “chantagem” e “vingança”, e explica: “Aguiar de Carvalho [antigo presidente da câmara, já falecido] tentou chantagear-me com o terreno: se o apoiasse na sua recandidatura, viabilizava o loteamento; como não o apoiei, vingou-se e não autorizou. Agora, está a acontecer a mesma coisa”. E acrescentou. “Se pensam que me vão calar, estão enganados!”. O autarca garantiu, por outro lado, que “o [seu] terreno tem todas as infraestruturas e encontra-se numa zona urbanizada”. O presidente da Junta de Lavos, eleito pelo seu movimento Vai ou Racha, afiançou que “há muitos casos” como o dele, em Lavos e no resto do concelho. “O meu problema é contra esta proposta de revisão do PDM, que prejudica tudo e é para concentrar as pessoas na Figueira da Foz Nenhuma das propostas por nós apresentadas foi comtemplada”, afirmou ainda, conforme pode ser lido na edição de hoje do jornal AS BEIRAS.
Nota de rodapé.
José Elísio, neste momento, está a provar do "próprio veneno".
A figueirinhas política, onde o José Elísio se movimenta muito bem e construiu uma carreira políca (que já leva mais de 40 anos) e é um dos poucos dinossauros sobreviventes ainda no activo, foi sempre assim: uma cidade, onde o político egoísta, para sobreviver, tinha de ser alguém desprovido de consideração pelo egoísmo dos outros.
E fez escola. Esta é a solução neoliberal, agora tão em moda por cá, no campo da "mercearia": o mercado encarregar-se-à de separar o trigo do joio.
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