"A reorganização da administração do território, levada a cabo pelo anterior Governo, começou e acabou nas freguesias.
Ainda hoje os autarcas locais criticam que os governantes de Lisboa só tivessem coragem para atingir “o elo mais fraco”.
Quando Paulo Júlio, secretário de Estado do ministério tutelado por Miguel Relvas, apresentou o contestado Livro Branco da Reforma da Administração Local no Casino Figueira ouviram-se vozes de indignação.
José Elísio, presidente da Junta de Lavos, foi dos mais fervorosos contestatários, entre as centenas de pessoas que se encontravam no Salão Caffé do Casino Figueira.
O político figueirense chegou, até, a advertir que o fim da freguesia de Lavos poderia levara ao derramamento de sangue.
O que o histórico autarca do PS e do PSD – independente desde 2009 – não imaginava naquele dia é que iria ter direito a um jackpot, oferecido em bandeja pela reforma administrativa. E foi particularmente generoso." - Via AS BEIRAS
Nota de rodapé, sacada daqui.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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