Não há nenhum português que não saiba quem negociou, acordou e assinou o memorando com a Troika: PS, PSD e CDS.
Mas, Eduardo Catroga, que já tem uma certa idade, deve andar com problemas de memória: numa carta aberta ao líder do PS António Costa, a que o Diário de Notícias teve acesso, Eduardo Catroga diz que "tem de haver limites para a manipulação do passado". E afirma que o PSD foi "sistematicamente ignorado".
Eduardo Catroga frisa que foram as três instituições que a compunham a Troika que decidiram iniciar uma ronda de conversas com os partidos políticos de representação parlamentar, assim como com os parceiros sociais e outras entidades da sociedade civil, pelo que o PSD foi naturalmente incluído nesse conjunto de interlocutores.
"A conversa não foi uma negociação. Na referida reunião, o PSD transmitiu à troika as linhas gerais da política económico-financeira do seu próprio programa partidário. A troika limitou-se a escutar-nos". Nessa conversa estiveram além de Catroga, Carlos Moedas e Abel Mateus.
O economista e antigo ministro das Finanças afirma, agora, que o "PSD foi sistematicamente ignorado" pelo governo de então, e só encontrou "silêncio e opacidade" em torno das negociações com a troika. Daí as quatro cartas que Catroga diz ter escrito, nessa altura, ao ministro Pedro Silva Pereira e foram públicas.
Nem vou escrever mais nada. Para verificarem como estes políticos mudam de opinião conforme a oportunidade, vejam o vídeo abaixo.
É só comparar entre o que diz agora Catroga, com o que disse na altura, especialmente a partir dos 4 minutos e 39 segundos.
Olho com pena genuína para esta gente: a minha memória está consideravelmente melhor.
Ou isso, ou não tenho necessidade de me esquecer de me esquecer.
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