Gosto de andar por aqui.
Confesso que, quase dez anos depois, esta já é quase uma necessidade artificialmente criada.
Este blogue tornou-se num instrumento para resolver um problema individual e de simulacro que se me colocou depois de me embrenhar na blogoesfera: agradar - em primeiro lugar - a mim mesmo; depois - a quem, porventura, venha a ler o que por aqui debito quase todos os dias.
Na blogoesfera figueirense já se produziu mais. Muito do que deixou de ser produzido era muito bom - e faz falta.
Este blogue tem continuado - e é o que é.
Tal como eu, é frontal, mas não tem potencial revolucionário.
Gosto de esgrimir: para quê usar os punhos se tenho as palavras para utilizar?..
É só isso que me move: o gosto pela vida e pelas palavras.
O tempo que assim for, sem ilusões, vou continuar com uma certeza: a revolução não é feita pelo proletário e escrever num blogue.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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2 comentários:
Parabéns!
Não desista.
Eu também gosto muito de viver “onde pensar diferente não seja um crime!”.
"O princípio do fim das nossas vidas acontece quando nos tornamos silenciosos em relação às coisas que importam." - Martin Luther King Jr.
As vezes são palavras de MERDA.
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