A longa-metragem “Cinzento e negro”, do realizador Luís Filipe Rocha, foi a grande vencedora do Figueira Film Arte – Festival de Cinema da Figueira da Foz.
“Cinzento e negro” é um filme produzido pela Fado Filmes. Conta a história de Maria, uma mulher traída pelo companheiro, David, quando este lhe rouba um saco de dinheiro e foge, refugiando-se na ilha do Pico. Furiosa e determinada a vingar-se, ela propõe a um inspector da Polícia Judiciária, Lucas, perseguir e encontrar o companheiro. Entretanto, David, numa visita à ilha do Faial, apaixona-se por uma faialense, Marina, empregada do mítico bar Peter Café Sport. Maria e Lucas procuram David nos Açores, cruzam-se com Mariana no Faial e os três vão descobrir David na sua casa da montanha, no cimo do Pico. Num confronto final, como numa tragédia grega, Maria e David ajustam as contas que o destino lhes traçou
A cerimónia de entrega dos prémios da segunda edição do Figueira Film Art, dirigido por Luís Albuquerque e herdeiro do extinto Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz, decorreu na sessão de encerramento realizada na noite de sábado, no Casino Figueira.
O júri, liderado por Andrzej Kowalski, classificou "Trama", de Luísa Soares, como a melhor curta documental. Além de Andrzej Kowalski, Pedro Pinto, Paulo Antunes e Sihan Félix integraram também o júri do festival, que começou no passado dia 7.
O prémio da melhor curta ficção foi para "A Tua Plateia", de Óscar Faria, tendo sido atribuída uma menção honrosa a Gustavo dos Santos, pela sua obra "Percpção delicada de um raio de luz".
"Nerve", subtítulo de Chicolaev (Francisco Freitas), venceu o Figueira Film Art na categoria "videoclip", tendo o júri distinguido "Achievement", de José Castanheira, com uma menção honrosa.
"Nómada Existencial", de Nuno Pais, foi escolhida pelo júri como a melhor curta escolas.
O troféu da melhor realização foi atribuído, "ex-aequo", a Luís Filipe Rocha e Roly Santos, com as películas "Cinzento e Negro" e "Manos Unidas", respectivamente.
O prémio de melhor actor principal coube a Adriano Carvalho, pela sua participação em "Doce Lar", enquanto Joana Bárcia foi considerada a melhor actriz principal, pelo seu papel em "Cinzento e Negro", de Luís Filipe Rocha, também distinguido pelo melhor argumento dos filmes a concurso.
Rodrigo Raposo foi premiado pela melhor música original, em "Trama", tendo André Szankowski, em "Cinzento e Negro", sido reconhecido pela melhor fotografia. Pedro Sousa Raposo, com "Trama", teve direito a uma menção honrosa.
"Manos Unidas" recebeu o prémio da melhor montagem, área em que a menção honrosa distinguiu "A Campanha do Creoula", de André Valentim Almeida.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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