Nesta fase já terminal da campanha para as eleições do próximo dia 4, os maiores partidos tentam apelar ao voto útil em nome da "estabilidade".
Até eu, já sofri o assédio do voto "útil" à esquerda!..
Respigo do Público de hoje.
"Se o leitor é um eleitor indeciso, saiba que os apelos das últimas horas são para si. A "maioria absoluta" e a "estabilidade" são a forma como a coligação PSD/CDS e o PS pretendem, cada um com os seus argumentos, garantir o seu voto, no próximo domingo, 4 de Outubro."
Mais, a pressão sobre os eleitores vai intensificar-se: "A questão da governabilidade vai ser dominante nesta última semana de campanha", antecipa Pedro Adão e Silva. "Os dois blocos pretendem atrair votos com o argumento da estabilidade, mas a maioria absoluta é uma miragem", descodifica Nuno Garoupa.
Quem, como eu, nada percebe de política, pensa que a confirmarem-se as sondagens, a coligação PAF irá desfazer-se na própria noite das eleições.
"Sentido de Estado", "responsabilidade", "interesse nacional" e outras vacuidades do género serão a justificação.
Assim, haverá maioria absoluta PS-PSD, se as urnas lhes derem um resultado pior e apenas o número de deputados do PSD for suficiente para atingir a soma necessária.
Teremos uma maioria absoluta PS-CDS, se o PS conseguir um resultado melhor e o número de deputados eleitos do CDS bastar para garantir essa mesma soma.
Os votos "úteis", sim ou sim, produzirão uma maioria absoluta.
Não será a maioria absoluta que a actual maioria deseja, mas isso pouco lhes interessa.
Eles sabem como a memória dos eleitorados nos partidos do chamado "arco do poder" é curta. E duas semanitas de comícios e arruadas com gaiteiros e bandeirinhas ainda a encurtam mais.
De hoje a 8 dias, terão mais quatro anos pela frente, completamente à vontade, para darem cabo do que ainda resta escavacar.
Portanto, não se esqueçam de votar "útil"...
Continuando a citar o jornal Público.
“Depois de o doutor António Costa ter prometido chumbar o nosso Orçamento a seguir às eleições, nada o impedirá de dizer que chumbará o nosso programa, porque não há peça mais importante de um programa do governo que não seja o seu Orçamento”, lamentou-se Passos Coelho.
Ora, o programa do Governo não é votado no Parlamento - pode é ser alvo de uma moção de rejeição.
Até agora a coligação ainda só se imaginou no papel de "vítima".
O CDS ainda não explicou se viabiliza um Governo minoritário do PS...
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