sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Os intelectuais figueirenses "das esquerdas" que depois do 25 de Abril de 1974 passaram por executivos eleitos democraticamente (2)

Walt Whitman escreveu em “Folhas de Erva”: “De nada, nem o tempo nem lugar – de nada vale a distância, talvez pouco evidente que a vida poderá ser. Assim será, mas nem sempre”. Quando o autor procura, na memória, nos acontecimentos, nas sensações, reinventando, reorganizando o caos, e reergue uma realidade, com o seu tempo próprio, tudo é diferente.
António Tavares, que conheci como director de “Linha do Oeste”, finalista do Leya com "As palavras que me deverão guiar um dia", editado pela Teorema na passado mês de Agosto, criou um universo no qual participaram alguns dos maiores escritores contemporâneos. Steinbeck, Carson Mac Cullers, Italo Calvino, Camus, Lautréamont, Tolstoi, Dostóievski, Virgínia Wolfe, Kafka, Proust e Joyce, Clarisse Linspector e muitos outros, filósofos como Kirkegaard ou Kant.
Não é erudição pura e dura, berloques a enfeitarem, mas fazem parte da vida do autor.
Estão no seu sangue, na sua procura de mudar a mundo (embora não pareça). Livro de alguma tristeza, muito amor, quase um breviário escrito, na cabeça, de como viver e sobreviver, em Angola, entre uma biblioteca itinerante e uma sucata.Com sumo de limão vivificador, sexo de atingir o caminho da maturidade. Em liberdade livre e desejo de embrulhar a entropia em palavras escritas com amor.

O tempo e o lugar", crónica de António Augusto Menano, escritor, publicada no jornal AS BEIRAS.

1 comentário:

o cu de judas disse...

ai jesus. como eles se elogiam uns aos outros, não conheço a obra mas conheço o autor e como vaidade não lhe falta, deve andar nas nuvens. Como dizem aqui, por estas bandas, nem uma agulha lhe cabe no traseiro.