“...
os meus ouvidos foram macerados pelas palavras de um jovem de 22anos, de Cascais, afirmando nunca ter existido fascismo em Portugal,
dando como provas o quase nulo número de mortos pelo regime e a
perseguição feita pelo professor de Santa Comba Dão a Rolão
Preto, esse sim, fascista. A lavagem, a lambidela, o quadro cor-de-rosa completam-se com a manha de referir toneladas de ouro que o
salazarismo deixou nos cofres. Só faltou referir ele ser um criador
de galinhas e de coelhos (é verdade, não se trata de gozo), ao que
consta pagando do seu bolso as despesas com os bichos.
Desconheço
se Salazar era, também, protector de viúvas e órfãos. Seu
causador era-o, aos milhares, com a guerra colonial, os assassinados
pela PIDE, os ceifados pela falta de assistência e má alimentação.
Essa
pequena falange de saudosos da mordaça e da canga não serão
abundantes.
Mas
foi desta massa que cresceram os partidos de extrema – direita na
Europa.”
António
Augusto Menano, escritor, hoje no jornal AS BEIRAS.
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