domingo, 11 de maio de 2014

Pensando na Figueira

Mesmo longe, há qualquer coisa que cheira mal, muito mal mesmo, nesta história do estacionamento pago pelos utentes do Hospital da Figueira.
Já deu para perceber de onde veio a ideia. Só ainda não deu para perceber de onde veio a ideia de a Câmara se meter no assunto, tipo “tudo ao molho e fé em Deus”.
Um partido é (ou devia ser) um agrupamento ideológico, uma congregação de pessoas - os militantes - em torno de um conjunto de ideais fundamentais.
Deveria ser apenas a elas que se respeitaria fidelidade. Nunca a pessoas, direcções ou mesmo programas eleitorais.
Esses vão e vêm numa mudança própria do regime democrático; as ideias base, os princípios fundamentais, esses ficam no longo prazo.
A meu ver, um militante tem o direito - diria até o dever - de criticar uma dada direcção ou programa se achar que ele fere as bases ideológicas do partido. Independentemente de haver ou não eleições à porta.
Isto seria o ideal; a realidade figueirense e portuguesa é outra conversa.
Eu quase que aposto que uma boa parte dos militantes do PS figueirense não sabe quais os pilares ideológicos do seus partido; quase que aposto que a maior parte está no PS por ser soarista ou socratista, aguiarista ou outra coisa qualquer de ocasião - não por ser, ou sequer saber, o que é ser socialista.
É nisto que se transformaram os partidos políticos portugueses: agrupamentos com base em fidelidades pessoais, quase sempre de natureza clientelar, interesseira ou de divinização de um líder que se torna inquestionável.
Agora, temos Ataíde – isto é o poder!
Depois de Aguiar, que teve um longo “reinado”, alguém se lembra dos rostos ou dos nomes dos candidatos do PS que perderam 3 actos eleitorais entre 1998 e 2009 na Figueira?
Neste contexto, é perfeitamente natural que criticar uma direcção partidária local signifique traição ou quebra de fidelidade. Mas isso não é próprio de uma democracia.
A maior prova é, talvez, o clima de silenciamento que acaba por gerar e, em momentos infelizes, institui-lo oficialmente, como foi o caso do bem sucedido caso do estacionamento pago no Hospital da Figueira da Foz, sito na Gala.
Prova evidente e completamente esclarecedora, foi o que se passou na Assembleia Municipal, onde muita gente da bancada do PS local teve dobrar a cerviz para votar o “conforto” expresso ao presidente Ataíde!..
É certo que ninguém é obrigado a estar num partido e que, se não concorda com o seu modo de funcionamento, pode sempre sair. Mas, talvez, seja mesmo isso que explique porque é que os partidos se tornaram tão pouco interessantes (para usar um eufemismo) e porque é que muitas pessoas de valor estão fora deles, enquanto lá dentro acotovelam-se clientes à espera de favores.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo o seu texto merece um aplauso.
O problema é que o ps não manda nada está completamente arredado das decisões camararias são uns vereadores do faz de conta estão marginalizados e têm que estar sempre de acordo com tudo.É comer e calar.
Mas o mais ridiculo é que os srs que na camara votaram de braço no ar a favor do pagamento da taxa no parque do hospital foram os mesmos que no 25 de abril no caras direitas com o mesmo braço levantado deram vivas ao povo e enpregaram palavras tais como liberdade igualdade e democarcia e nada contra o povo.São uns troca tintas.
Simplesmente vergonhoso ridículo e próprio de lambe botas e que nada mais fazem do que abanar a cabeça de cima para baixo quando lhes é pedido.
Por razóes diferentes e em menor escala estão a fazer o que faz o governo ou seja lixar este povo já tão martirizado e carregado de impostos.

Anónimo disse...

Aqueles rapazes do PS QUE ESTÃO NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL SÃO UNS INVERTEBRADOS QUE NÃO TÊM CAPACIDADE DE CRITICA E QUE NÃO PASSAM DE UNS INCONSCIENTES DA POLITICA...

Anónimo disse...

E mesmo que tivessem capacidade de critica não podem criticar nada!Ai deles se criticam alguma coisa o chefe diz-lhes como é.
Ai de quem se atreva a abrir a boca contrariando as ordens que têm.
Cambada de lambe botas politicos de aviário estilo Maria vai com as outras.
São tipo feijão frade , no dia 25 de abril são tudo pelo povo na votaçâo que se lixe o povo o chefe é que manda