Bem alertei, em devido tempo, que “para os militantes do PSD/ Figueira estava na hora de pagar as quotas...”
Parece que estava a adivinhar...
“Vários elementos da lista de Teo Cavaco à Concelhia do PSD não têm as quotas em dia. Logo, não podem candidatar-se, nem votar.”
Segundo o DIÁRIO AS BEIRAS, o candidato explicou que os militantes em causa (10!..) não regularizaram a sua situação “por razões logísticas” e “não foi por razões políticas”.
Alguns deles, “não conseguiram provar que as pagaram”. Nestes casos, afiançou Teo Cavaco, o partido já “validou o pagamento da cota, através de um aditamento ao caderno eleitoral, e os seus nomes farão parte do próximo caderno eleitoral”. Noutros casos, porém, admitiu o candidato a presidente da Concelhia da Figueira da Foz do PSD, “não pagaram as quotas
porque pensavam que estavam pagas”.
Esta situação obrigou o candidato a refazer a lista.
Além de Teo Cavaco, concorre também ao cargo de presidente da Concelhia figueirense “laranja” Manuel Domingues.
As eleições internas do PSD local realizam-se no próximo sábado.
O que ficou escrito acima, é suficientemente esclarecedor para dispensar comentários de maior.
O maior comentário que se pode fazer, aliás, é sobre a banalidade destes fenómenos e ainda dizer que se o exemplo deveria, em princípio, vir de cima, cai pela base qualquer argumentação a propósito de legitimidade democrática que permite aos partidos políticos do chamado "arco do poder", comportarem-se, ano após ano, deste modo vergonhoso.
De resto, não faltará quem, ao ler isto, diga já que este arrazoado é populista e sendo contra os partidos, apologista de regimes sem partidos.
Escusado será dizer a esses que o descrédito das instituições democráticas também passa muito por estes casos e que nem sequer se está a falar de financiamento ilegal - apenas de quotas não pagas por militantes e do desprezo pelas regras que a si mesmos se impuseram.
De militância, nem vale a pena falar...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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