terça-feira, 13 de maio de 2014

Martin Schulz

“... o candidato socialista a presidente da Comissão Europeia,  Schulz foi livreiro e editor. Quando esteve em Lisboa fez questão de visitar as livrarias da baixa e durante 12 anos teve e dirigiu uma livraria em Wurselen.
Não fez vida académica nem passou por conselhos de administração de grandes empresas, tampouco por cargos governamentais. Começou na política como autarca e foi presidente da câmara da sua cidade, antes de ser parlamentar europeu.
Insiste em duas ideias fundamentais: combater a má repartição da riqueza e pôr as multinacionais a pagar impostos nos locais onde geram os lucros. Depois de Durão Barroso dificilmente virá pior, mas é uma esperança, para já, perceber que existe uma diferença muito grande no discurso político, e não só, de um e outro.”
António Tavares, vereador socialista, hoje, no jornal AS BEIRAS.

Em tempo.
Os dois candidatos mais fortes à sucessão de Durão Barroso que vão sair das eleições de 25 de Maio próximo, deverão ser o conservador Jean Claude Juncker e o socialista alemão Martin Schulz.
Os dois já participaram em vários debates e, ao contrário do que opina o vereador e militante socialista António Tavares, há poucas diferenças entre ambos.
Recentemente, Juncker e Schulz estiveram frente-a-frente num debate organizado por uma televisão francesa e ficou patente que ambos consideram que a mutualização da dívida ao nível europeu é um assunto que não estará no horizonte da Zona Euro nos próximos anos. O que não surpreende, tendo em conta que Juncker participou em todas as discussões e decisões europeias dos últimos 20 anos na qualidade de Primeiro-ministro do seu país; e que Schulz é de um partido que agora integra a coligação que governa a Alemanha, de braço dado com Angela Merkel.
Mas os dois coincidem na identificação do que deve ser a prioridade política europeia: o crescimento económico e o combate ao desemprego. A distinção, porém, é sobretudo retórica, com Juncker a defender que se não fosse a acção da União Europeia os efeitos da crise teriam sido muito mais violentos, enquanto Schulz culpa os Governos da União pelos actuais 26 milhões de desempregados.
Para o diminuir, o socialista alemão e ainda presidente do Parlamento Europeu defende o desenvolvimento e reforço da chamada Garantia Jovem, um instrumento copiado do modelo germânico que prevê a concessão de um estágio, formação ou emprego a um jovem num prazo de apenas quatro meses.
Schulz culpa a direita europeia por ter sido “generosa a salvar os bancos com o dinheiro dos contribuintes” e reclama para o Parlamento os louros pela criação da união bancária, que deverá reforçar a vigilância e evitar a repetição de uma nova crise.
Martin Schulz quer igualmente acabar com os paraísos fiscais na União e combater a evasão fiscal e garante que, se for presidente da Comissão, obrigará as grandes empresas a pagar impostos no país em que efectuam os lucros e não onde a carga fiscal é mais favorável.
Identifica as PMEs como o motor do crescimento europeu e defende genericamente a melhoria das condições de acesso ao crédito. Quer igualmente que seja criado um salário mínimo em cada país, apesar de esta não ser uma competência da União.
O discurso de Martin Schulz, o amigo alemão do PS, é normalmente adaptado ao público a que se destina. Quando esteve em Portugal o candidato alemão não se esqueceu de criticar a “troika” e de defender um maior controlo democrático na sua actuação.
Numa coisa, porém, concordo com António Tavares: "depois de Durão Barroso dificilmente virá pior".

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