António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
O mundo continua egoista
Tenho evitado abordar a Cimeira de Copenhaga. Copenhaga, para muitos, constitui a derradeira oportunidade para salvar o mundo. Mas, a realidade, é que o mundo está cada vez mais egoísta. Os protagonistas políticos têm mudado, mas os discursos permanecem os mesmos. Os interesses de cada um dos países permanece acima do interesse global. A globalização só serve para alguns, e no momento de pedir sacrifícios a todos, os mais poderosos assobiam para o lado. Acabei de saber que a Cimeira de Copenhaga está à beira do fracasso, pois “nos corredores começou a circular um documento que poderá colocar em risco os resultados da reunião desenhada para discutir o clima do planeta para as próximas décadas. O projecto dinamarquês contempla mais poder aos países ricos e remete as Nações Unidas para um lugar secundário nas futuras negociações sobre alterações climáticas.” O mundo continua egoísta e o ambiente ressente-se disso.
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