Foto de Pedro Cruz, sacada daqui
“Gentes do mar imenso, corajosos até ao último suspiro ao enfrentar as ondas de vários metros de altura, por vezes engolindo as suas embarcações. Forte motivo de conversa com estes homens do mar, a forma corajosa como buscam o seu sustento e das famílias, as suas nobres vidas. Sinto que lhes devo a minha solidariedade e porque não a minha gratidão. Estas simples gentes da Freguesia de S. Pedro, Cova Gala, a um instante de Figueira da Foz, ao longo destes quatro anos de convivência e apoio profissional, elevaram a minha auto-estima profissional.”
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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