sábado, 14 de fevereiro de 2009

O problema é transferido sempre para sul...

Legenda: "Os esporões resolvem o problema pontualmente. No entanto, transferem o problema para sul."
Na foto acima, obtida por Pedro Cruz na praia da Cova, pode ver-se claramente o recuo da linha de costa para sul do quinto molhe.

"A tendência da erosão na nossa costa é para um aumento crescente. Um dos estudos por nós realizado recorreu à análise temporal de fotografias aéreas numa estação fotogramétrica, desde 1958 até 2002. Neste período, entre o Furadouro e a Praia de Mira, registámos nalguns pontos recuos de 230 metros correspondente a uma perda efectiva do sistema praia-duna e um recuo médio da linha de costa de 6 m/ano. Há anos, registou-se em algumas zonas, durante um único temporal com duração de 72 horas, recuos da linha de costa de 15 metros”. O alerta é da Prof. Doutora Cristina Bernardes, investigadora do grupo da Geologia Costeira do Centro de Estudos de Ambiente e Mar do Departamento de Geociências da UA, unidade de investigação que estudo o fenómeno da erosão desde Janeiro de 1996.
A principal conclusão não é animadora: cada vez há menos sedimento disponível para ser transportado pelas correntes da deriva litoral, factor decisivo para o aumento da erosão na Costa de Aveiro. “A tendência na zona de Aveiro é para uma erosão muito séria e continuação do recuo da linha da costa. Os rios trazem cada vez menos sedimentos até à foz. Para esta zona, o Rio Douro é o principal contribuinte de sedimentos, mas devido às barragens uma grande quantidade fica aí retido, factor ao qual se associa as extracções de areias. As correntes estão artificialmente desnutridas de sedimento e se não têm o que depositar, dissipam a sua energia na erosão das praias e das dunas. Por outro lado, os molhes do Porto de Aveiro, os esporões e enrocamentos presentes em todo o sector acabam por ser armadilhas para o pouco sedimento disponível”.

Soluções viáveis pressupõem vontade política


No entanto, esta tendência pode reverter-se, havendo vontade política e condições económicas. Algumas das soluções apontadas passam pela transferência artificial dos sedimentos do molhe norte para o sul ou pela destruição dos esporões substituindo-os pela re-alimentação artificial das praias. “Actualmente, são estas as soluções que se têm vindo a adoptar em outras partes do mundo. Nos EUA, por exemplo, há estados onde é totalmente proibido construir esporões. Os que já tinham sido construídos foram retirados, substituindo estas intervenções invasivas pela re-alimentação artificial e periódica das praias, e realmente verificou-se uma recuperação nítida das mesmas. Estas medidas têm os seus encargos mas se avaliarmos os custos da construção de um esporão e a sua manutenção, acaba por ficar mais barato fazer a re-alimentação. Foi com esta opção que se recuperaram as praias da Costa Nova e da Barra na década de 70/80”.
Os esporões resolvem o problema pontualmente. No entanto, transferem o problema para sul.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quem olhar do parque de estacionamento da cova para acosta de lavos nota perfeitamente o recuo da linha de costa a partir do quinto molhe como aliás a foto demonstra.

Quem se der ao trabalho de percorrer a praia entre a cova e a costa de lavos na chamada praia do orbitur mesmo no local onde terminava a estrada de terra batida que vinha do portão do lado poente do parque de campismo pode ver uma autêntica barra nas dunas sítio onde o mar já entrou.

Mais à frente outra barra de entrada do mar no chamado rego da fontinha.

Mais à frente é a costa de lavos a estar ameaçada.

Isto é o que se passa e os poderes autárquicos figueirenses continuam a assobiar para cima.

Ao contrário do que certas pessoas pensam o mar tira mas o mar não repõe.

Ao longo dos anos vejam-se as toneladas de areia que a orla costeira entre o cabedelo e a costa de lavos já perdeu.

E o problema já está mais longe pois afecta prais do distrito de leiria onde existem já autarcas preocupados.

Aqui a prioridade é rentabilizar as frentes de mar.

Nota: alguém sabe o que se passa com os terrenos do cova-gala?... Os terrenos já estão vendidos, trocados?...
E o novo campo relvado-sintético está-se a vestir?...
E a direcção do cova-gala continua a dormir?...
E o centro escolar tão urgente não avança?...
E eldoradon a sul da freguesia está parado, adiado?...

Caramba nem em ano de eleiçõesw se faz nada?...

Que bons que foram os tempos do portinho da gala!...