sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

"Os tons da luz do sol-pôr, refletindo o velho casario na marinha da Gala"...

Uma foto descaradamente sacada ao João Pita
A um dia de terminar o ano de 2016, creio que a  maioria dos habitantes da Cova e Gala não é covagalense. 
Acredito que gostem da Aldeia, que gostem de cá viver, que a considerem também sua, mas não têm cá as raízes: têm as raízes noutros lados, que alguns continuam a cultivar.
Quem aqui nasceu, gosta de uma maneira especial da Aldeia.
Não é gostar mais nem melhor: é gostar difrente.

A Aldeia continua a correr-me nas veias.
Este  covagalense,  olha para a sua Aldeia com sobriedade, não embarca em modas. 
No fundo, o covagalense que eu sou, é, filosoficamente, um aldeão, descendente de marítimos explorados e arruinados pela dureza das suas vidas, um aldeão desenganado, um anarquista desiludido com a cidade, mas acalentando sempre orgulho na sua ascendência. 
E então, é um desconfiado do catano, quando vê espalhafato e grande aparato

Esta foto do João Pita, fez-me pensar sobre o velho e sempre actual tema da mudança que foi feita na Aldeia a partir de 1993.
Esse tema, quanto a mim, de uma vez por todas, deveria vir para a ordem do dia.
Basta de descaracterizarem a Aldeia. Os covagalenses precisam de manter e preservar as poucas referências que ainda restam. 
A importância desta Aldeia, só pode ser reconhecida depois de lhe conhecer a história e tudo que a envolve...
Não me canso de elogiar esta Aldeia: é um autêntico bálsamo deambularmos por aqui

A decrepitude é uma etapa da vida, que eu vou encarar com a naturalidade com que sempre encarei todo o meu percurso de vida. 
Pelo meu aspecto, pelo meu interior e pelo meu pensamento, sinto-me tal quando tinha menos uns anos: continuo a ter quatro membros flexíveis e um duro. 
Portanto, àqueles que sempre tiveram quatro duros e um flexível, aconselho que vão dar uma volta ao bilhar grande no próximo ano. E que façam uma boa viagem.
Bom 2017 para todos: os novos e os velhos.

Vistam sorrisos de palhaços. Esqueçam tristezas e cansaços; ...tragam todos os festejos. E ninguém se esqueça de beijos; ...tragam pendas de alegria.
E a festa dure até ser dia...
Mas que nenhum me dê conselhos! 

Via AS BEIRAS

Via Diário de Coimbra


"Marcelo e Passos Coelho almoçaram ontem em Belém"...

Segundo o Diário de Notícias, "não houve declarações aos jornalistas antes nem depois do almoço"!..
Terá sido a  última ceia de Passos com Marcelo?..

O meu Sporting é especial....

O que não irá acontecer no país, quando Bruno de Carvalho convocar uma conferência de imprensa, na qualidade de presidente Bruno, para comentar a candidatura do candidato Bruno!..

Carta aberta ao presidente da Junta de Freguesia de Buarcos...

Em Buarcos, segundo o que li no blogue do João Vaz,  destruíram as árvores e os arbustos. 
Mas, vá lá, do mal o menos, deixaram as canas.

Estamos perante a questão do que é real
E o que é o real? 
Aquilo que é percebido pela generalidade das pessoas, ou aquilo que só alguns vêm?

E o que é que a generalidade vê? 
O que só alguns entendem?

Penso que é fácil perceber isto, se atentarmos no desempenho da Junta de Buarcos neste caso. 
Concordo com o João Vaz, quando explícita no seu blogue, que deixou muito a desejar, mas presumo que não seja assim para maioria dos eleitores de Buarcos!

Será que consegui fazer-me perceber?..
É difícil, eu sei!...

Como não divulgo apenas a malta do PSD, cá vai a prosa de Luis Castro publicada esta semana no jornal "A Voz da Figueira"

AQUI? DORMIMOS I
Ao longo da Praça Nova passeavam com um andar compassado, n’uma demorada regulada, grupos de empregados; logistas; negociantes de vinhos e proprietários paravam ouvindo, com attenção de sensatez e assentimento insuspeito, algum que fallava e mostrava  gestos commedidos, pautados, de quem expõe uma ideia ou quer convencer. Um outro banco era occupado por famílias do povo, operários, velhos comerciantes aposentados, na passividade; pelas raparigas de trabalho com os seus trajes aceiados, do domingo, de cores vistosas, e creadas de gente rica guardando as creanças que brincavam, saltavam na calçada e nos bancos. A maior parte dos estabelecimentos em torno estavam fechados. Os caixeiros das duas lojas de moda, à esquina da rua das Flores, à porta, em pé, aborreciam-se, tinham bocados de conversas, dirigiam chalaças a alguma rapariga transeunte, ou a qualquer moça de cosinha, que voltava da fonte, ajoujada, vermelha pelo pezo do caneco cheio. No Café Central entravam e sahiam de quando em quando artistas, caixeiros, negociantes novos, no gasto domingueiro da chávena de café e da genebra, ou extravagancia das partidas de bilhar. Uns poucos barqueiros, catraeiros e algarvios dos cahiques de pescaria, vinham caminhando devagar, em direcção à taberna da esquina da rua Nova, falando soturnamente com o cachimbo ao canto dos beiços e as mãos atraz das costas. Da Ladeira do Monte desciam dois marinheiros inglezes bêbedos aos zigs-zags estonteados, cantando com uma voz berrada, mostrando os punhos fechados em attitudes de dar murros, seguidos e cercados pela garotada, que às vezes dava fugidas curtas, inesperadas, e gritava em apupos de boccas escancaradas.
Em baixo, no novo caes, quasi em frente da Praça parava o carro americano, despejando a gente que vinha de Buarcos, da praia e do Bairro Novo. Na esplanada ao pé da rampa, alguns serranos das barcas da Foz do Dão estavam encostados a umas pipas vasias. Um zelador municipal, o Caras Altas, policiava passeiando vagarosamente no lagedo da casa do Tribunal, olhando para uma parte e outra com uma posição lorpa de cabeça. Algumas famílias que habitavam as casas da Praça, enfastiavam-se à janella, com os braços pousados no parapeito, ou com a cabeça pezando sobre uma das mãos. (…)
Para baixo via-se uma pequena porção do paredão novo, as partes altas do theatro Príncipe D. Carlos, o guindaste das Obras Públicas pintado de encarnado, a doka onde oscillavam diminutamente amarados os hiates do costeiro, as rascas de Peniche, os cahiques do Algarve, os bateis dos carregamentos do porto e os barcos de transporte do Mondego. Depois, mais além, alastrava-se a largura esverdeada do rio, às vezes cortada pelos botes; avistavam-se os navios de maior lote, ancorados na estacada, com a bandeira da respectiva nacionalidade içada no topo do mastro da popa; mais adiante as marinhas do sal, d’um tom negro, onde se distinguiam parte dos depósitos rectangulares da água do mar; as casas caiadas, espalhadas irregularmente, das povoações de Lavos, Carvalhaes e Regalheiras, rodeadas de pinhaes e de uma vegetação escura; as habitações acanhadas e os moinhos da Galla; alguns denegridos casebres de madeira da Cova e uma grande porção do areal do Cabedello. A uma grande distância avultavam as estaturas enormes, d’uma cor pesada e triste, dos montes que se alongavam para as bandas de Leiria, apresentando uma perspectiva esfumada, um pouco nevoenta, que se ia azulando n’uma graduação insensível para o alto, e na direcção da Vieira branquejava uma larga e comprida tira da costa do sul.

Gaspar de Lemos, do romance inédito “A Filha do Senhor Silva”, transcrito do Almanach da Praia da Figueira para 1878-1879, 1º ano, p.168-170, rep. em "Ruas e Praças da Nossa Terra II", de Isabel Simões, in Revista Litorais, nº 4, Maio 2006.


AQUI? DORMIMOS II
Não há tempo para textos estruturados.
Desse mesmo tempo que perdemos no corredor (dos) congelados!
Quando demos, quando damos conta desse enregelamento que se instalou na cidade?
Dessa estrada da cidade que a circunda e afasta?
Quando percebemos que volteamos a cidade vezes sem conta?
Quando acaba esse poço da morte que diverte a cidade em vez de gente na feira?
Quando percebemos que, nisso e na internet, quase não nos encontramos, e que nas poucas vezes, quase já não nos conhecemos, nem temos vontade de conhecer.
Quando percebemos que não temos espaço nosso?
Que as praças e o centro escureceram abandonados, num piscar de olho de coruja.
Que a Rua da República se foi de uma ponta à outra e ninguém quer falar sobre isso em público.
Quando percebemos que aqui estimamos alguns e odiamos alguns, alternadamente, mas cada vez mais ninguém se tolera?
 Que rimos uns do outro sem pensar, essa dificuldade, e depois desaparecemos todos!
Que existem coisas entre o céu e a terra que jamais se alcançarão.
Vejamos: a situação financeira do nosso Município desagravou-se, parte substancial de dívida foi reduzida.
Grandemente por isto, e é importante, assistiu-se a uma dignificação da actuação e da posição da Câmara Municipal. Facto acentuado pelos tempos, marcados por uma conjuntura nacional de grave crise económica. 
Menos visíveis, muitos esforços e tempo foram gastos, ocorrendo tentativas, fracassos e sucessos na resolução do sem fim dos muitos “dossiers” pedregosos herdados de anteriores executivos.
Posto isto, esse anterior estado das finanças municipais e o resultado das eleições autárquicas, quase se afirma existir uma comunhão silenciosa entre eleitos e muitos eleitores, a quem, num eventual respeito mútuo emergido por uma tempestade, menos importasse o lustro do convés, e até o próprio rumo do navio, mas mais o naufrágio que se tomou por evitado. Como poderia ser de outra forma e o que acresce?
Acresceria dizer que é o mar morto, do nosso sal, do sal do Estado, do sal da União Europeia. Sal por ora.
Acresceria, não fossem as intrigas partidárias, mesmo muito discordando, ressalvar que governar cidades não há-de ser fácil. Que existem muitas promessas incumpridas, erros, inércia, medo de arriscar e, acima de tudo, desconhecimento, falta de visão e engenho. Que falta um mandato. Um rei que só enverga coroa vai nu?
Acresceria, não fossem as intrigas partidárias, mesmo muito discordando, ressalvar que opor-se a quem governa cidades não há-de ser fácil. Mas, como meros exemplos, o desígnio e a identidade da cidade é ser a praia que foi e tende a debater-se, nem a muito errada e dispendiosa obra da praia, que só nos afasta da solução ideal, mas… os parafusos. A Figueira Parques, única empresa municipal rentável à venda (o que nada deve fazer supor, mas antes analisar todos os dados) e tende a debater-se o estacionamento e os autos. Desordenamento do território, taxa de desemprego superior à média nacional, população jovem e indústria a abalar, centro da cidade morto, e nada de debate. E nada de pedir ou apresentar acção. Sem existir, fica fácil.
Acresce dizer que o poder astuto é deles e interpola para os outros.
Acresce, porventura e todavia, quase afirmar que existe, paralela e igualmente, outra gente silenciosa, talvez muita, perfazendo um tipo de inconsciente colectivo, que muito trabalha e luta na cidade. Que quer cá ficar. Que quer que os filhos fiquem cá. Que a vive, mas que pensa e sente não a viver plenamente. Que a quer mais e que lhe quer mais. Todos talvez mereçam mais.
Acresce e cresce gente que nos quis e quererá trazer certezas absolutas. De uma forma tão, mas tão fácil. E todos sabemos como são sedutoras, verdades e facilidades. Mas, talvez a única para as duas… estas não existem, jamais existirão.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Há pessoas que continuam a estimular-nos apesar de terem partido deste mundo há trinta anos...

Porque  "mais vale a pena partir que torcer" e "quem tem penas são as galinhas", fica "Memória e Esquecimento", um poema de Joaquim Namorado:

Nenhum instante se repete
nenhum dia
o tempo ao fim ignorado
que é a sua foz
No mesmo passo monótono
os ponteiros dos relógios percorrem
exactas horas, indiferentes
à alternância das estações mutáveis.
Assim te digo adeus amor,
Encontramo-nos amanhã à mesma hora
ou nunca mais.

Há gente na Figueira a trabalhar com qualidade, que mostra que é possível fazer coisas boas a partir da nossa cidade...

 "Nazaré como você nunca viu antes".

2017...

... por Rui Curado da Silva.
"Aterra-se em 2017 e um racista assume a presidência dos EUA. No Reino Unido a xenofobia torna-se moeda corrente. Na Turquia, na Rússia, na Polónia e na Hungria dão-se largos passos em direção ao passado. Na Holanda, em Itália, na Áustria e em França populismos nacionalistas ganham força. Até à esquerda há quem queira substituir o internacionalismo pelo patriotismo de esquerda. O cenário é digno de um álbum Bilal, mas não desmobilizaremos, cá estaremos para mais um ano de luta."


Pois é: em 2017,  até na nossa cidade a luta tem mesmo de continuar.
Na Figueira,  a diferença entre a realidade e a ficção, é apenas esta: a ficção faz mais sentido.

O Bairro Novo e a pesada herança do edifício "O Trabalho”... (VI)

Via Daniel Santos

A Figueira tem um presidente "inteligente"... (III)

Comunicado da direcção da Naval
"Caros sócios, atletas, dirigentes, treinadores, adeptos, simpatizantes e figueirenses em geral.
Vimos por este meio voltar a agradecer o apoio do Município da Figueira da Foz, parceiro principal do nosso clube e garante da pratica desportiva na nossa cidade , ao Porto da Figueira da Foz pela excelente cooperação com o clube, à junta de freguesia de Buarcos e S. Julião pelos apoios concedidos e às centenas de empresas que nós apoiam diariamente . 
A todos os elementos do clube que diariamente , colocam a "máquina Navalista" a funcionar .
A todos desejamos um Próspero Ano Novo .
Quantos a outros comunicados difundidos no face do clube GCF, em jornais da cidade e da região, a direcção da Naval só tem a agradecer. Só demonstram a pequenez de quem os dirige (sim porque toda a cidade sabe quem realmente manda no clube e paga as publicações nos jornais, a propaganda ao melhor estilo do Estado Novo, também sabemos como começou a vossa secção de futebol, com atletas desviados do nosso clube e aliciados enquanto atletas da Naval, nós não esquecemos) e que está a por em causa a prática do desporto rei nesta cidade .
Caminhem para a melhoria das condições desportivas neste concelho e cidade, não queiram apagar 123 anos de história, não se esqueçam que nasceram dentro da Naval.
À nossa vitória. Naval, Naval, Naval."

Via página do facebook da Associação Naval 1º. de Maio

Pelos vistos a problemática da unificação (e não fusão) das Colectividades da Cova e Gala, volta a ser um tema a ganhar actualidade...

Ontem, esteve em grande destaque no jornal AS BEIRAS, a freguesia de S. Pedro e, em especial, o seu presidente.
Miguel Almeida, candidato a presidente de câmara e vereador Somos Figueira, no facebook também esteve atento ao assunto...
Como covagalense e sócio destas colectividades lamento que um assunto destes, já tenha sido politizado pelos políticos de S. Pedro e figueirenses, sem os verdadeiros interessados - os sócios das 3 colectividades - terem sido ouvidos... 
Miguel Almeida, tem um azar dos diabos na Cova e Gala: onde se mete, estraga... Lembro o caso da Vila de S. Pedro.

O tema, foram as três coletividades da freguesia de São Pedro. Segundo o presidente da junta, estão a fazer a segunda tentativa de fusão, no espaço de 20 anos. 
Desta vez, no entanto, o presidente da junta,  acredita que a união vai mesmo avançar. “Vamos tentar que agora as coisas corram bem. As mentalidades também já são outras. Há um enorme empenhamento por parte dos dirigentes das coletividades”, declarou o autarca ao jornal As Beiras.
“Foi sempre uma preocupação da junta unir as coletividades, e desde a primeira hora que temos trabalhado nesse sentido”, garantiu o presidente. No entanto, ressalvou, neste processo, “a junta apenas deu o pontapé de saída e assumiu-se como mediador”, remetendo o mérito para os dirigentes das coletividades. O presidente da junta prevê que o processo de união das associações possa ficar concluído até abril do próximo ano.
A fusão das três numa única colectividade, contudo, não vai levar ao encerramento de instalações. Pelo menos, numa primeira fase. “As estruturas físicas deverão ser mantidas, cada uma com as suas valências. Mais tarde, veremos como as coisas vão funcionar”, adiantou o autarca de São Pedro. A terceira reunião do grupo de trabalho que tem entre mãos o dossiê está a agendada para a primeira quinzena de janeiro.

Sobre este tema poderia escrever muito. Mas, como já o fiz em 16 de junho de 2006, se quiserem saber algo sobre a "história" desta telenovela da unificação (e não fusão) cliquem aqui.
Muita tinta ainda vai correr em 2017. Para já, sublinhe-se, os políticos estão atentos... E pelo tratamento que está a ser dado pelos políticos a este assunto, ficaram patentes alguns dos problemas básicos que a democracia que temos na Figueira não conseguiu resolver.
Um deles, é a própria  classe política, que não tem estado ao serviço do povo, mas das máquinas partidárias.
No fundo, não é de admirar. Esta gente, deficientemente seleccionada, constitui uma classe política indiferenciada.
Portanto, dado o processo ter recomeçado ao contrário, é aconselhável os covagalenses e os sócios destas colectividades estarem atento aos sinais que já vão sendo alguns...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Tradição é tradição...

A "Figueira da Foz antes do plantio de betão"...

Eis uma visão da Figueira, cidade amena, agradável e bela, ainda composta de regulares edifícios.
Os olhos, com esta visão aérea, de um só golpe, têm vista do casario, do mar, da praia, da avenida marginal, de uma harmonia e elegância raras.
Nota-se a integração natural das construções ainda em sintonia com a paisagem, o que deveria tornar imensamente agradável o passearmo-nos por uma cidade onde a beleza e bom gosto estão patentes na foto que saquei daqui.
Esta, é uma foto para que apetece olhar por muitos minutos, tal a beleza que nos recorda.
Esta Figueira, que existiu e foi destruída pelo homem, se fosse uma mulher, dir-lhe-ia que aquela elegante harmonia de discretamente se mostrar lhe ficava lindamente. 
Agora, apetece-me  semicerrar os olhos.  E recordar. E recordar. E recordar...
E, ao regressar a finais de 2016, lamentar! Lamentar! E lamentar...

E que tal fazê-los desaparecer?...

"Edifícios da APFF podem vir a ter outros fins", admitiu o presidente do conselho de administração da Administração do Porto da Figueira da Foz, João Pedro Braga da Cruz, ao jornal AS BEIRAS...
Recorde-se: foram construídos no início da década de 90 e, desde então, constituem uma barreira visual entre o Bairro Novo e a zona ribeirinha... 

Jorge Tocha Coelho, um cidadão atento... (XIV)

para ler melhor, clicar na imagem

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Um país de humoristas...

Cristas ofereceu “soro da verdade” a Costa, que por sua vez retribuiu com um "retrovisor"!..
Bruno Nogueira, no seu novo programa Mata-bicho.
“O soro da verdade da Cristas dava jeito era no CDS, para sabermos o que é que aconteceu aos submarinos.” 
E já agora, para se saber, finalmente, quem é o tal de Jacinto Leite Capelo Rego.

"Lapalissada"...

... é olhar para esta foto (sacada daqui) e dar conta que a zona ribeirinha da Figueira já fervilhou de gente e de vida... Esta foto deve ser da década de 60 do século passado. 

O futebol é mesmo um jogo complexo e muito complicado, mas irracional, boçal e giro...

Boa notícia sobre a Figueira da Foz!..


Madjer, foi oficialmente apresentado como Padrinho do ambicioso projecto que será levado a cabo pela Câmara Municipal da Figueira da Foz. 

No "berço do futebol de praia" irá nascer o primeiro centro de alto rendimento de desportos de areia.
Utilidade, terá alguma?.. Já se joga na praia depois do por do sol!
Pronto: à falta de melhor, dediquemo-nos ao futebol de praia.
Para mim, vai ser um prazer, quando andar já de bengala, estar sentado num daqueles bares da praia a vê-los e vê-las evoluir no prometido (em 2016, a menos de um ano da realização de eleições autárquicas) centro de alto rendimento para desportos na areia!

Mulher do presidente da Câmara de Gaia aumentada 390% em cinco anos...

Eduardo Vítor Rodrigues foi co-fundador da Sol Maior,
 em 2007, antes de ganhar a câmara de Gaia
"Elisa Costa é assistente social na Sol Maior, uma IPSS de que o marido é co-fundador. Na direcção desta IPSS tem assento o chefe de gabinete e a sua irmã, adjunta do presidente da autarquia. Há uma denúncia no DIAP sobre estas ligações."

Em tempo.
Lá diz o velho ditado: quem parte e reparte e não fica com a melhor parte...
Era ser como eu: tolo e sem arte!

O défice certo

Embora haja necessidade de acreditar em algo, não acreditem no Pai Natal...

"Tenho para mim que uma das melhores formas de anularmos algo é desvirtuarmos-lhe a sua essência, ou seja, a sua natureza, âmago, núcleo, origem.
No mundo moderno, civilizado, tecnológico e, portanto, tendencialmente materialista que vimos construindo desde há cerca de 250 anos, as áreas política, económica, social e mesmo cultural estão criteriosamente separadas da espiritualidade, pelo que, mesmo em países tradicionalmente cristãos, a essência do Natal é desaromatizada, substituindo-se o nuclear pelo acessório, Jesus Cristo pelo Pai Natal."
Excerto de uma crónica de Teotónio Cavaco, ontem publicada no jornal AS BEIRAS.

Em tempo.
Sabe-se hoje que Jesus existiu. Era um judeu na forma de viver e de rezar, não nasceu a 25 de Dezembro, era visto como profeta, foi condenado à morte pelo procurador romano e morreu, com forte probabilidade, a 7 de Abril do ano 30. 
Estes são dados de uma  investigação recente.
Sabe-se hoje que a Coca-Cola não inventou o Pai Natal. É verdade que a marca de refrigerantes começou a usar a imagem do Pai Natal nos seus anúncios natalícios a partir de 1931 e que ajudou a mediatizar a sua imagem. Contudo, as imagens do Pai Natal vestido de vermelho começaram a surgir logo no início do século XX. 
Estes também são dados de uma  investigação recente.
Isto para demonstrar que a ordem dos fatores não é sempre arbitrária e pode alterar o resultado final...
Por exemplo: uma coisa, é dormir com Maria José. Outra coisa, é dormir com José Maria...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Porque a vida não é um filme...

Na vida, tudo que temos de certo, é o incerto. 
A vida - incluindo a minha - não se desenvolve de uma forma clara e directa. Muito menos previsível. 
Somos, todos os dias, confrontados com decisões que temos de tomar... 
Optar, além de ter de escolher é, também, excluir algo.
Deixar para trás, também uma parte de nós.
E sem podermos recuar no tempo e emendar!
A  nossa vida não é um filme: isso é que a torna interessante...

José Pracana

1946 - 2016

E se começassem a penalizar tanto chico espertismo?..

E de repente dei de caras com esta boa foto!..

Foto sacada daqui

Para mim, uma boa foto, tal como um bom livro, ou um bom texto, tem de me inquietar, para depois me desinquietar - isto é, é aquilo que acaba por me obrigar a fazer alguma coisa.  
Para mim, uma boa foto, tal como um bom livro, ou um bom texto, desperta-me, causa-me cócegas, belisca-me,  obriga-me a levantar do sofá - isto é, obriga-me a fazer alguma coisa.
Fazer alguma coisa. Não apenas pensar.
Fazer alguma coisa, também pode ser escrever - isto é, atirar qualquer coisa contundente à consciência de certa gentinha...
Esta não é a praça que lá está, com os cheiros e as casas que lá estão - a que lá está, é outra praça e tem outros cheiros e outras casas...
Mais palavras para quê?

domingo, 25 de dezembro de 2016

Continua o espírito de Natal...

Em certas alturas do ano - e não tem de acontecer forçosamente no Natal - há um lado de mim que pode fazer lembrar Jesus Cristo...
Mas, depois, confronto-me sempre com a necessidade de voltar a ser Homem...
Se o vinho tinto não fosse a melhor bebida do mundo, Jesus Cristo teria transformado água em coca-cola...

Um presidente português: Marcelo bebe ginjinha no Barreiro em "tradição única" no país...

Só um presidente que conhece bem Portugal, é que sabe que por cá uma piada, para ser piada mesmo, tem de acontecer ao vivo.
Na véspera de Natal de 2016, Marcelo inaugurou o roteiro da pinga...
Ontem, esteve na ginginha.
Tem muito trabalho pela frente o presidente de praticamente todos os portugueses: à sua espera tem o abafado, a jeropiga, o vinho do Porto, o vinho da Madeira, o moscatel, o licor Beirão, a água pé, o bagaço, o medronho, a poncha, o tinto, o rosé, o branco, etc.,
Nos intervalos, por motivos óbvios, convém passar pela água das Pedras, Vimeiro, Luso, Penacova, Fonte Nova, Termas da Amieira, Carvalhelhos, Castelo, Vidago, Termas da Curia, etc.
Marcelo conhece bem Portugal e os portugueses.
A tradição já  não é o que era: reparem bem na foto...
Quem está com o copo na mão para beber a tal ginginha do Barreiro, e salvar a tal "tradição única" no país?
Pois é, os mais jovens limitam-se a rir...

A tradição é, também, a ilusão da permanência. 
Marcelo, como português  e conhecedor do Portugal profundo, está a esforçar-se para manter as tradições...
Noblesse oblige!

Bom domingo


Como disse o outro: até vestida gosto de ti...

sábado, 24 de dezembro de 2016

Para todos um bom Natal



Maria Bethânia,  numa sublime (porque a paz que sinto ao ouvir é fantásticae tocante interpretação (de tão bonita que ela  édo Poema do Menino Jesus, de Fernando Pessoa (Alberto Caeiro). 
A poesia de Fernando dispensa comentários ou explicações. 
Citando Alberto Caeiro 
"Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?"

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O poder e a religião...

Vivemos num concelho onde a liberdade de religião só é possível, porque as religiões não estão no poder. 
Esta liberdade é uma conquista do Estado laico.
Todavia há momentos e manifestações que não deveriam ter lugar e, muito menos, permitir-se a instrumentalização de pessoas (que, possivelmente, não fazem a mínima ideia que estão a ser utilizadas) para fazer uma mensagem que não faz o mínimo sentido nos dias de hoje.

Lembro-me de, em 2006, a retirada de crucifixos das escolas públicas portuguesas, ter dado uma polémica dos diabos entre os partidos.
Na altura, por exemplo, "o  Ministério disse que medida não era novidade. O BE defendeu que crucifixos deviam ter saído das escolas no 25 de Abril. O CDS-PP considerou que comunidades devem ser ouvidas sobre a questão. A Conferência Episcopal Portuguesa incentivou a  «que os católicos portugueses se manifestem-se»".

A meu ver a religião, deve ser uma opção pessoal. 
Se uma instituição a utiliza, entramos num terreno muito perigos e pantanoso.
Se um político privilegia  um credo, para além daqueles que são ateus, está a discriminar outros credos.
Vivemos num concelho onde existe o direito de todos a escolher a sua opção religiosa, pois existe, nesse campo, a diversidade. 

Hoje, o presidente João Ataíde, na companhia do Vereador Carlos Monteiro, almoçou no Peleiro (Paião) com oito padres das nossas paróquias.
Entre eles, estavam o  Padre Carlos, o Padre Veríssimo, o Padre Manuel da Silva, o Padre das Alhadas e Maiorca. 

Ataíde, nem no Natal dá abébias...
Por mim, apenas desejo que a convivência, nem sempre fácil entre o poder político e o espiritual - com todos os credos e as religiões - prossiga.
Feliz Natal senhor presidente! E, espero, que  não se esqueça dos ateus, que também são cidadãos do concelho com direito a voto e filhos do mesmo Deus...

ACTUALIZAÇÃO às 21 horas e 40 mintutos.
Acabei de saber, que para o presidente Ataíde, "hoje, o almoço foi em excelente companhia e com votos de muita saúde, paz, alegria e amor para todo o Concelho".
Ainda bem. 
Deve ter sido uma coisa simples, confeccionada com carinho e oferecida de bom grado. 
Continue a servir-se à vontade senhor doutor João Ataíde...
Eu gostava de acreditar no Presidente, nos Gnomos e no Pai Natal...
Mas...

Políticos figueirenses: tenham espírito de natal. Metam a minha prenda no sapatinho...



Nesta fase adiantada da vida, já passei, pelo menos, por quatro estados de espírito, no que ao Natal diz respeito: quando acreditava no Pai Natal; quando deixei de  acreditar no Pai Natal; quando pensei que podia ser o Pai Natal;  e quando passei a pensar que o Pai Natal se pode parecer com muita coisa.
Assim, gostaria de ter como "prenda" no sapatinho, da parte do presidente da câmara e do vereador da saúde, uma coisa simples: que da próxima vez que tiver de falar na assembleia municipal, por causa do Posto Médico da Cova e Gala, estivessem presentes.
Aos vereadores na oposição, do PSD, que na próxima assembleia municipal estivesse presente, pelo menos um, pois é o mínimo que devem aos figueirenses que os elegeram e aos figueirenses que vão assistir às sessões do órgão máximo do poder local na Figueira. 
Acreditem que me custa, principalmente nesta quadra natalícia, ter de criticar, por respeito a quem vê nesta quadra aquilo que eu não vejo... 
Já agora: tal como o senhor presidente no vídeo acima, nesta época especial, faço votos sinceros de um Bom Natal a todos. 

Memória de uma Figueira gratificante (II)

Foto sacada daqui
O que rodeia, quem vive e gosta da Figueira, nos dias que passam, depende da perspectiva com que olhamos para a realidade... 
Também, em grande medida, do nosso estado de espírito. 
Sabemos que nada nada é estático e tudo está em contínua alteração.
Mas, ao olhar para a foto, não posso deixar ter presente, o mesmo local, em finais de 2016: não é uma questão de perspectiva, mas de sentimento.

O choradinho do PS...



Camaradas socialistas: se contribuir valor tem, há que fazê-lo bem...
A solidariedade não pode ser uma palavra vã... 
Quanto mais não seja, porque a necessidade a isso obriga.

Recordando o Olívia Ribau, um acontecimento triste e doloroso...



Para ler melhor, clicar em cima das imagens

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Iluminação do Campo de Jogos Sintético da Cova Gala...

Para ver melhor, clicar em cima da imagem. Para ver documentos, clicar aqui.

Ataíde, um presidente do "caraças"!..

A campanha eleitoral começou bem a João Ataíde. 
Quer dizer: já está a correr melhor que a sua 
gestão de 7 anos à frente dos destinos da Figueira! 
Diga-se, de passagem, que também não é difícil... 

A Figueira tem um presidente "inteligente"... (II)

COMUNICADO
E NÓS PAGAMOS?!
O Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, em declarações efectuadas ontem à Comunicação Social, à margem da reunião do Executivo, admitiu que a Associação Naval 1º de Maio nunca cumpriu o Regulamento Municipal de utilização dos campos sintéticos de futebol, acumulando uma dívida desde 2013 que o Presidente alega não querer cobrar, por se tratar de um “serviço de relevante interesse público”.
Acontece que o Ginásio Clube Figueirense utiliza as referidas instalações, cumprindo os pagamentos que o Regulamento Municipal determina, e quando porventura se atrasou foi-lhe automaticamente cobrado através de desconto no pagamento das verbas atribuídas pelo Regulamento de Apoio ao Associativismo, ao qual anualmente apresenta candidatura.
Somos uma pessoa colectiva de utilidade pública que cumpre, embora com permanentes dificuldades, todas as obrigações perante o Estado e a Autarquia.
Prestamos um serviço público de uma dimensão sem qualquer paralelo na Figueira da Foz, como demonstram as 12 modalidades desportivas praticadas por 1061 atletas, muitos dos quais apoiados pelo Programa “Ginásio Solidário”.
Estamos portanto perante um tratamento claramente parcial, injusto e eticamente reprovável!
Apelamos às Entidades competentes para o efeito que o enquadramento global desta situação, incluindo as razões da degradação a que chegou o Estádio Municipal, seja devidamente investigado e avaliado.
Basta!
(Aprovado por unanimidade em Reunião extraordinária da Direcção, realizada em 20.12.2016)

O tempo passou, mas não impunemente...

Houve tempo em que pensava que era entendido em muita coisa.
Hoje, em quase tudo, tenho mais dúvidas que certezas.
Sei que me falta aprender muito. 
Gostaria é de ainda ter tempo para isso.
Aquilo de que cada vez gosto mais, é de pessoas, de falar com elas e de as entender... 
É por aí que quero continuar.
Quanto ao resto, tenho cada vez mais esta certeza... 
O crime compensa.

Figueira da Foz - promoção turística em 1950...

Imagem sacada daqui
Em 1950 ainda não era vivo. 
Mas, por aquilo que estudei e tive oportunidade de conversar ao longo da vida com quem viveu essa realidade, sei que, na altura, na Figueira o objectivo era ver sempre além. 
A  sede de conhecimento era imensa. A ousadia era grande. E foi nessa busca que, em 1950, como hoje, é essencial para nos manter interessados e atentos ao que nos rodeia, que a Figueira desse tempo avançou.
A insatisfação é vital e aduba a capacidade inventiva. 
O seu inverso leva-nos ao desalento, ao conformismo e à desistência. 
A Figueira, em 2017, só tem uma hipótese: conseguir olhar para além do muro que lhe colocaram à frente...

Recordar o Zé, a propósito do CDS de 2016!

Alguém, que  em 2016, ande por aqui, sabe quem foi um dos figueirenses mais talentosos que conheci, com quem convivi e com aprendi boa parte do que sei?..

Morreu em 28 de Abril de 2000.
Tinha nascido a 17 de Fevereiro de 1941.
Nome completo: José Alberto de Castro Fernandes Martins.
Para os Amigos, era simplesmente o ZÉ.
Purista do verbo e do enredo no dissertar da pena, concebia o jornalismo como uma arte e uma missão nobre.
“Também a lança pode ser uma pena/também a pena pode ser chicote!”
Andarilho e contador de histórias vividas, passou em palavras escritas pelo Notícias da Figueira, Diário de Coimbra, Diário Popular, Jornal de Notícias, Diário de Lisboa, República, Opinião, Vértice, Mar Alto (de que foi co-fundador), Barca Nova (de que foi fundador e Director) e Linha do Oeste.
No associativismo passou pelo Ginásio Clube Figueirense e Sociedade Boa União Alhadense.
Lutador contra o regime deposto pelo 25 de Abril de 1974, teve ficha na PIDE.
Foi membro da Comissão Nacional do 3º. Congresso da Oposição Democrática que se realizou em 1969 em Aveiro.
Chegou a ser preso pela polícia política.
Com a sua morte, em 2000, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto.
Não a visível, mas a essencial.
Era crítico e exigente. Mas, ao mesmo tempo, bom, tolerante e solidário.

16 anos depois da sua morte, quem manda na Figueira, a cidade que amou toda a vida, continua a ignorá-lo.
Hoje, vou recordar um episódio que dá conta do seu talento irreverente e espontâneo.
Hoje, a propósito disto, vou recordar o Zé e o ano  1982, aí pelo mês de Fevereiro, em Portugal. 
O país político foi abalado na altura, por uma afirmação do então deputado do CDS, João Morgado. 
No decorrer de um debate na Assembleia da República, o referido deputado fez a seguinte afirmação, que deixou de boca aberta o Povo da Nação: “O ACTO SEXUAL É PARA FAZER FILHOS”.
Se a tirada do deputado Morgado ficou nos anais do parlamento, não menos célebre ficou a resposta, em poema, da notável poetisa e, então, deputada do PSD, Natália Correia

Rezava, assim, a resposta em poema que fez rir as bancadas parlamentares e boa parte do país:
“Já que o coito
- diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o orgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.”

O Zé Martins, sempre atento, oportuno, contundente, irreverente e mordaz, na edição do Barca Nova de 12 de Março, desse mesmo ano de 1982, glosou o tema, como só ele seria capaz de o fazer. 
Recordo, como se fosse hoje, e já passaram mais de 34 anos, o quanto esse número do Barca Nova nos deu gozo...
Lembro-me, perfeitamente, do Zé com o seu jeito, peculiar e exagerado - único, para contar estórias oralmente, adornando-as e enriquecendo-as com os seus excessos de pormenores deliciosos!.. 
Escrevia muito bem o Zé, mas ouvi-lo era um privilégio.

Leiam esta inspiração do Zé:
“Saber se o sr. João Morgado
Deputado da Nação
É ou não homem capado
Para além de deputado
Tornou-se agora a questão.
Mulher sagaz e de veia
Perita na dedução
A deputada Correia
Vê a coisa muito feia
Pró deputado João.
Cá por nós, acreditamos
Que estas coisas embaraçam.
Mas também não duvidamos
Que posição não tomamos
Sem que outras provas se façam.
O deputado João
Suspeito de ser capado
A nosso ver deve então
Exibir o galardão
Para ser examinado.
E exibi-lo no parlamento
Perante os pares que lá estão.
Na tribuna ou no assento
(Consoante o regimento
Que contemple essa função)
Vai ser um acontecimento
Ver o João em São Bento
C’o argumento na mão.
- Vamos a isso, João?”

Decorridos mais de 34  anos, recordar o Zé, que já cá não está, pois há 16 anos, de forma inesperada, resolveu ir viajar, continua a ser um prazer tão grande como reler os seus escritos.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

A Passagem de Ano que se avizinha está a ser vista com a esperança interior que as coisas mudem para melhor. Mas, o melhor é não nos iludirmos muito...

"Hotéis da Figueira da Foz esgotados na passagem de ano"...
A Figueira, pelos vistos, volta a estar na moda, mas não há estudos sobre os motivos da escolha. 
Portanto, ninguém consegue explicar, com segurança, a realidade do que esta notícia quer dar conta do que está a acontecer...
O que eu desejava, como figueirense, amante da sua cidade e do seu concelho, é que isto pudesse alimentar a hipótese de a Figueira estar à beira de partir para qualquer coisa de diferente, para melhor... 
A  ideia que nos querem vender, neste momento, em relação ao momento que atravessa a Figueira, é partir numa nova corrida e numa nova viagem! 
Partir, comigo, costuma ser uma ânsia de conhecimento e de evasão. 
Evasão de tudo... 
Esquecendo-me  de mim, até! 
Mas, nunca idealizei a viagem sozinho, mas sempre com a componente da partilha da companhia que tanto enriquece a evasão. 
Mas, neste caso, temos de encarar a realidade: Figueira, vamos partir para uma nova corrida e uma nova viagem? 
Então, senhores "quens" de direito figueirenses, que já lá estão há mais de 7 anos no poder, digam-me, por favor, para onde?