"Conheço o António há umas décadas e enfrentamos juntos muita coisa. Entre nós nasceu e ainda hoje se mantém uma sólida amizade e penso que foi com ele que iniciamos uma aprendizagem de "escrevinhadores" em que tivemos o mesmo mestre, José Fernandes Martins.
Pela sua lucidez, poder de análise e sobretudo pela sua postura de seriedade e honestidade sou um leitor assíduo dos seus escritos e como o considero um homem de memória e fiel aos princípios de Abril, hoje tomei a liberdade de editar este seu texto que não é nem mais nem menos do que um grito de revolta contra aqueles que juraram defender os princípios de Abril mas todos os dias os colocam em causa."
Em tempo.
Não são precisas muitas palavras, para mostrar ao Rogério Neves, velho companheiro da vida e da escrita, o quanto me sensibilizaram as palavras que hoje me dirige no seu Marcha do Vapor.
Obrigado.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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