Em 2005, o fogo destruiu mais de mil hectares de floresta na serra da Boa Viagem, 400 dos quais, de floresta pública.
No ano seguinte, no dia 13 de junho de 206, foi assinado um protocolo entre a Câmara Municipal e a Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF) para a recuperação daquela serra.
O ministro Jaime Silva apresentou então o Plano de Recuperação da Serra da Boa-Viagem, que previa "um novo ordenamento”, tornando o espaço mais resistente ao fogo e capacitando-o para recuperar mais rapidamente. O plano previa também a transformação dos resíduos florestais em biomassa.
"O Plano de Recuperação da Serra da Boa-Viagem visava aproveitar tudo o que ardeu, transformando os restos em biomassa para produção de energia na Portucel (Figueira da Foz)", adiantou na altura o titular da pasta da Agricultura, sublinhando que "este é um exemplo concreto do que poderá ser no futuro uma nova actividade económica da floresta portuguesa".
Em plena serra da Boa-Viagem, o ministro assistiu à demonstração de colheita e processamento de biomassa florestal, através de unidades automatizadas da Portucel, que são pioneiras na península ibérica.
"Com o lançamento do concurso de novas centrais de biomassa, o Governo vem claramente dizer que há uma nova oportunidade de sustentabilidade económica da floresta, que é a limpeza e a utilização dos restos para produção de energia", sublinhou Jaime Silva.
"A prevenção estrutural na floresta não foi feita durante anos e anos. Não fizemos o trabalho de casa e hoje temos o problema do combate". Para o ministro, a maioria dos fogos resulta da negligência e do comportamento incorrecto dos cidadãos e de causas intencionais, onde se incluem as queimadas.
Na sua deslocação à Serra da Boa Viagem, o ministro procedeu ainda à apresentação das equipas de vigilância móvel de bicicleta, que incorporam 60 jovens em acções de vigilância até Setembro a Casa da Protecção Civil, e à inauguração da Casa do Sapador Florestal.
Lídio Lopes, vereador da Câmara Municipal da Figueira Foz, disse então que o protocolo assinado com a DGRF vai permitir que o Exército participe na recuperação da rede viária florestal da serra, através de uma unidade de engenharia civil!..
Sendo do conhecimento publico o abandono a que está votada a Serra da Boa Viagem, dez anos decorridos, é preciso acrescentar mais alguma coisa?..
Reflorestar e recuperar continuam a ser as palavras chave para salvaguardar o futuro do "pulmão verde" da Figueira da Foz.
Mas, isso, não tenhamos ilusões, só poderá ser conseguido com a força dos cidadãos figueirenses e com a sua consciência.
Por isso, enquanto pudermos e soubermos, é o que todos teremos de continuar a fazer. Temos de fazer tudo o que estiver ao alcance das nossas possibilidades, para contribuir para o despertar do povo figueirense que, diga-se em abono da verdade, está um pouco letárgico.
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