O líder do Chega, André Ventura, considera que o presidente do PSD, Rui Rio, poderá ter dado o “primeiro passo” para um governo de direita com o discurso que fez no domingo no encerramento do congresso dos sociais-democratas.
No passado domingo, por sua vez, José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, também colou Rio ao Chega, ao considerar que Rio teve um discurso “anti-sistema”, como o Chega, e parece ter “uma agenda escondida”.
Ventura foi claro: "Já temos um caminho para andar".
“Gostei de ver Rui Rio tocar em pontos que são importantes para a direita, como é o caso da subsidiodependência, da fiscalização dos apoios sociais e de percebermos que não podemos ter um país em que andam uns a trabalhar e outros a viver à conta desses”.
Cavaco Silva, concorda há muito que o PSD deve entender-se com o Chega.
É uma opinião legítima, entenda-se, mas que não surpreende ninguém.
Não esqueçamos que Cavaco se sentia perfeitamente integrado no regime fascista, politicamente e moralmente abonado por três fascistas no exercício de funções. Não esqueçamos que Cavaco recusou uma pensão a Salgueiro Maia, que atribuiu a dois inspectores da PIDE, António Augusto Bernardo e Óscar Cardoso. Não esqueçamos que Cavaco boicotou Saramago por motivos ideológicos. Não esqueçamos que Cavaco apelidou o 10 de Junho de “dia da raça”. Não esqueçamos que Cavaco votou contra a resolução da ONU, aprovada por esmagadora maioria, em 87, que exigia a libertação de Mandela. A lista podia continuar, pelo que não existe surpresa alguma em ver Cavaco do lado dos neosalazaristas. Surpresa, se a há, é não ter sido Cavaco a fundar o Chega. Surpresa, se a há, é ter visto Cavaco eleito por um partido de centro-direita com designação oficial de ideologia de centro-esquerda.
Rio, Ventura e Cavaco, sublinhe-se, todos filhos do PSD. E na mesma luta?
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