«Um “ajuntamento social, evento social, com almoço ou jantar, com grande número de pessoas, por altura do Natal”, terá estado na origem do surto de covid-19, na aldeia de Maladão – explica o presidente da Câmara de Arganil.
Ao DIÁRIO AS
BEIRAS, uma fonte local
adiantou que a festa teve
lugar num estabelecimento comercial.
Luís Paulo Costa constata que a incidência de covid-19 na aldeia “é muito
significativa e representa
quase metade dos casos
ativos no concelho”.
Quanto aos quatro óbitos registados, “nestes
casos, havia já doença
prévia e grande debilidade funcional e o desfecho
lamentável por via da covid-19 não é dissociável
da doença anterior que as
pessoas já tinham”, sublinhou o edil.
Também a Junta de Freguesia de Arganil, na sua
página do facebook, "lamenta a morte de quatro
pessoas, que eram um
repositório de memórias
de outros tempos”. Em
concreto, o tesoureiro da
junta, Pedro Alves, evoca
a memória da “D. Hortense, da D. Piedade, do
Sr. Miguel e do Sr. Luís,
que partiram repentinamente, numa época em
que a dor dos seus mais
próximos pode ser mais
intensa face a toda esta
situação”.
Para Pedro Alves, “mais
importante do que encontrar culpados ou
bodes expiatórios, urge
que cada um, sozinho e
em família, saiba tomar
conscientemente as medidas preventivas que limitem a propagação do
mal, de modo a que a normalidade regresse o mais
rapidamente possível ao
seio desta comunidade e
à nossa freguesia”. O tesoureiro da junta
deixa “condolências a todas as famílias enlutadas
e os votos sinceros para
que todos os que estão a
ser afetados por esta pandemia recuperem rapidamente e possam assim
voltar aos seus afazeres
diários sem restrições”.
Também o presidente da
Câmara de Arganil admite que os habitantes do
Maladão “estão preocupados, apreensivos, mas
perceberam que é importante assumir as regras e
as recomendações nesta
matéria”.
Segundo Luís Paulo Costa, tem-se registado uma
subida muito significativa do número de doentes
covid-19 no concelho, o
que é uma “consequência
direta daquilo que foi o
comportamento coletivo”
na época natalícia.
“Neste momento, temos
a pior situação do ponto
de vista de casos ativos
desde o início da pandemia (181 casos registados
no boletim epidemiológico da passada sexta-feira)”, disse o autarca. Recorde-se que, em novembro, já Arganil tinha
tido uma situação relativamente preocupante,
com uma escalada muito
grande do número de casos ativos. “Mas a situação
do pós Natal é manifestamente pior”, remata.
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Lurdes Gonçalves, via Diário as Beiras
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