O dr. Santana Lopes nunca foi verdadeiramente um político: é mais, digamos assim, uma "pop star".
Sem o Sporting, sem a televisão, sem a imprensa dos «famosos», sem as santanetes, o dr. Santana Lopes não teria sido a personagem que foi junto da plebe.
Santana é um produto da era do marketing, do soundbyte e do reality show.
Aliás, a sua carreira política não chegou a passar de um reality show.
No PSD, por exemplo, era o «animador» dos Congressos, dava-lhes «audiência», o que sempre lhe agradeceram.
Mesmo quando estava em forma e na ribalta, não se conseguia distinguir a substância do espectáculo. A meu ver, aliás, não havia diferença.
Por causa disso, com Cavaco não conseguiu chegar a ministro.
Igualmente por causa disso, muita malta considerava-o um «gajo como nós», daqueles capazes de concorrer ao Big Brother português. Por causa disso, passou brevemente pela Figueira como presidente da câmara.
Só que uma "pop star" tem necessidade de protagonismo como do pão para a boca.
Um Santana Lopes calado e em sossego não teria existido. Para existir, o Santana Lopes genuíno precisa de estar continuamente em cena e, de certa maneira, em sobressalto.
Precisa de ter sempre no horizonte uma candidatura, que surpreenda, confunda, irrite, crie polémica, suspense ou inimigos.
Pode ser a uma câmara ou à Presidência da República.
A candidatura a Belém, para daqui a 5 anos, suspeito que vai murchar até lá...
Resta-lhe, neste momento, manter a expectativa a uma autarquia.
Ontem no jornal vinha que o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes admite ser de novo candidato pelo seu antigo partido, o PSD, nas autárquicas previstas para outubro.
A "pop star" Santana, neste momento, pretende refulgir em grande.
O que quer dizer, salvo melhor leitura, que os figueirenses que andam temerosos, irritadiços e nervosos, com a sua putativa vinda podem continuar descansados...
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