"A Figueira da Foz é uma praia histórica, apesar de não ser das mais quentes do país. Mas nem os frequentadores habituais se convencem com este verão incerto e tímido. Os comerciantes registam uma significativa quebra nos negócios."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Mais uma vez, a disparidade entre a versão institucional, e a voz de quem de facto tem negócios. Pela versão institucional, ficamos a perceber que cada vez vem mais gente à Figueira para...dormir. O iodo deve ser um soporífero natural, e a hotelaria local está a capitalizar na ciência.
Vou-te repetir aquilo que é óbvio: se retirarmos o sol da equação, a Figueira, Agosto ou não, não tem apelo para quem vê/vem de fora. Vemos todos, menos aqueles que empossámos ( eu não! ) na tarefa de criar condições de progresso à cidade.
Este ano tem sido particularmente "pobre" quanto às condições climatéricas. Mas acaba por se transformar numa oportunidade para admitirmos que esta cidade, neste momento, só tem sol para oferecer, e que os responsáveis devem tornar prioritário o pensar e planear atractivos para a Figueira ( as condições estão cá, e as sugestões surgem de todos os lados e através de todos os meios ). Com supermercados e festivais de fim-de-semana, é garantido que a decadência se acentuará.
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