domingo, 18 de agosto de 2019

Alexandre Soares dos Santos

Se Alexandre Soares dos Santos o afirmou, quem sou eu para duvidar!..

Não me agrada a exaltação tão magnânima sobre a morte de Alexandre Soares dos Santos,  ex-patrão do Pingo Doce, ao que dizem, o segundo homem mais rico de Portugal.
Transformar um empresário em herói da pátria não me parece boa ideia...
Todavia, isso não significa que se menospreze quem tão bem soube vender iogurtes de pedaços, lâminas para a barba, bacalhau demolhado da Noruega, gel de banho, champôs anticaspa, couves, fruta, esfregonas, detergentes, carnes, conservas, etc., etc. etc.. Um retalhista também pode ser detentor de habilitações culturais e políticas fora do comum. 
Fica este pensamento sublime: "cada companhia deve pagar de acordo com o que pode", disse um dia o empresário em Carcavelos, Cascais na apresentação da nova School of Business and Economics, que vai contar com o apoio da Jerónimo Martins. 
O melhor e mais rico retalhista que alguma vez teve Portugal,  tem muitíssima razão. 
Somos um povo MISERÁVEL.Temos um governo MISERÁVEL. Temos uma média salarial MISERÁVEL. Temos uma classe política MISERÁVEL. Temos uma classe empresarial MISERÁVEL. 
Resumindo e concluindo: somos todos uns MISERÁVEIS, pois aguentamos tudo impávidos e serenos... Como dizia o outro: o MISERÁVEL povo aguenta, ai aguenta, aguenta... 
E aguentou. Até os insultos de um retalhista, podre de rico, à custa de muitos benefícios que só um país como Portugal lhe proporcionaria - nomeadamente, à custa da destruição do comércio tradicional e do emprego que gerava, a desertificação dos centros das cidades, benefícios fiscais, exploração de mão de obra barata...  
Recorde-se que já há vários anos a família Soares dos Santos, principal accionista (56,14%) da rede de supermercados Pingo Doce e Recheio, transferiu o seu capital para a Holanda. Dito de outro modo: deixou de pagar impostos em Portugal. 

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