domingo, 11 de agosto de 2019

A habilidade de ser credível na farsa deveria ser tão valorizada quanto a de ser genuinamente credível...

Na véspera de uma greve, com excepção dos comunistas, existem silêncios que não se admitem, mesmo que não se concorde com esta linha sindical.
Registe-se, por ser impossível ignorar, a ausência de sindicalistas nas listas do PS às próximas legislativas, assinalando a ruptura com a tradição socialista. 
Na realidade, como assinala Ana Sá Lopes, em editorial no jornal Público, o PS sempre foi mais tributário da tradição “racha-sindicalistas” de um Afonso Costa, condenando a República ao isolamento social, do que a qualquer tradição operária da restante social-democracia europeia (em larga medida desaparecida, entretanto).
Na sua história, e com muito honrosas excepções (por todos, Kalidás Barreto), a actividade sindical do PS pode resumir-se ao esforço de divisão do movimento operário português, tendo pesadas responsabilidades na perigosa pulverização que agora, ironicamente, muitos aí lamentam.

Já repararam como no PS ninguém fala na importância de ter eleitos oriundos das classes trabalhadoras e ligados aos seus problemas?

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