sábado, 27 de abril de 2019

Manifestação espontânea: LOL!..

Aqui está um tratado de como orquestrar uma manifestação... 
O "novo presidente", no meio dos jovens, vereador com o pelouro do Ambiente que, nos últimos anos, permitiu o dizimar de árvores pela cidade. 
Pena que, em tempo oportuno, não se tenha associado à vigília pelas árvores de BUARCOS!
Na página do facebook da Escola Joaquim de Carvalho, há mais fotos. Facilmente se verifica que a manifestação foi um teatro e não teve nada de espontânea...
Mas um dos cartazes, de um dos jovens referia que "As árvores são vida, não as mates!!"

Dois dias depois do “dia inicial inteiro e limpo onde emergimos da noite e do silêncio”, recordo a brigada do reumático e a as suas juras de fidelidade eterna.
À distância de quatro décadas e meia, olho para trás e sinto (não sei se penso, mas sei que sinto) que estes políticos figueirenses, de hoje, me causam um muito maior incómodo, uma maior angústia, uma inquietação e uma quase ausência de alternativas que antes não existiam.

O regime, antes do 25 de Abril de 1974, era ora duro e violento, ora protectoramente hipócrita, tentando criar nas pessoas comuns, aquele estado de alma que a historiadora Irene Pimental tão bem descreve ao caracterizar, como ninguém, que a ditadura salazarista, não tinha legitimidade, nem futuro. 
O futuro, para a minha geração, com o 25 de Abril, de uma ou de outra forma, mais ano menos ano, seria nosso. 
O 25 de Abril é um reencontro com uma certeza tantas vezes antecipada, que apenas aguardava o tempo certo para poder ser concretizada. Essa a razão por que foi feito por gente igual a nós, que apenas tinha de diferente as armas que mantinha à sua guarda e que não hesitou em usar no momento certo.
Então éramos jovens e vivíamos paredes meias com a esperança no futuro como, em princípio, é próprio da juventude. Mas, há 45 anos, quase todos, velhos e novos, no essencial, não tínhamos dúvidas quanto ao que fazer, nem o que fazer, logo que a oportunidade surgisse.

Hoje, na Figueira, é diferente. Muito diferente. Daí a angústia que indiscutivelmente existe. Não quer isto dizer que o futuro não exista. Existe, só que para lá chegar vai ser necessário destruir muito do passado e simultaneamente construir penosamente o presente de cada dia. E é isso que assusta as pessoas: saberem que a destruição do passado vai necessariamente acarretar, durante um tempo que antecipadamente se não pode demarcar com rigor, um presente que será pior do que aquele que agora existe. 
Contudo, pior só aparentemente, porque o que agora existe não tem qualquer futuro e piora a cada dia que passa. 
A ilusão de que o actual presente pode ter futuro é o grande inimigo da mudança e é, bem no fundo, a razão da nossa angústia.
Por isso, hoje, dois dias passados sobre a comemoração dos 45 anos do 25 de Abril, na Figueira, mais do que Grândola, Vila Morena, é preciso cantar “Começar de novo…”

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