quinta-feira, 11 de abril de 2019

Pedro Machado e a imagem


Imagem via Diário as Beiras
Muito boa a entrevista na passada terça-feira à noite. Uma das características, que penso ter descoberto nesta exposição pública da personalidade de Pedro Machado, é uma aparente simplicidade sob a qual se oculta uma mente inquieta, trabalhadora e exigente. Essa característica pode ver-se como vive o seu dia a dia.
A importância e a capacidade de se saber passar a  imagem  não deve ser desprezada. Pedro Machado, nesta entrevista, fez passar a imagem de um empreendedor que personificava a aliança perfeita entre um pensamento encantador e um aspecto inteligente, equilibrado por um misto de  moral e rebeldia. Essa faceta, para quem não o conhecia, acabou por ter algo de surpreendente. Transmitiu-nos a imagem de homem trabalhador, exigente, entregue de corpo e alma à causa pública, transmissor de uma moral que não é moralista, mas uma moral prática que ele desejava ver corporizada numa classe comprometida com o bem comum: os políticos.
Pedro Machado, para quem gosta de passar algumas horas de um dia de sol à beira-mar, transmitiu a ideia de que se pode ser feliz a trabalhar.  

No Dez&10, Pedro Machado, de uma forma serena e esclarecedora, respondeu às críticas dos figueirenses sobre a estratégia de promoção da cidade pelo Turismo Centro de Portugal. Há vários anos que o TCP tem estado sujeito a uma chuva de críticas sobre a alegada irrelevância da Figueira da Foz nas campanhas de promoção turística realizadas por aquela entidade. Pedro Machado respondeu com dados concretos: começou por esclarecer a dimensão da estrutura que lidera: “temos 100 municípios e todas as campanhas são feitas por vagas. Conseguimos colocar no «ar» conjuntos integrados de territórios e produtos”, esclareceu o entrevistado do jornalista Jota Alves.
Na vertente partidária, Pedro Machado revelou que foi convidado pelo seu partido, o PSD, para se candidatar à Câmara da Figueira da Foz.
“Já me fizeram esse convite, num momento que considerava que não fazia sentido, a três ou quatro meses das eleições de 2017”.
E se o convite for feito com mais antecedência, tendo em vista as eleições de 2021? - questionou o jornalista.
“Estou num percurso (mandato no TCP) que me leva até 2023. Gosto muito da Figueira da Foz… Não faço essa futurologia”, respondeu Pedro Machado. Contudo, ressalvou: “Não sou como o professor Marcelo [Rebelo de Sousa], que dizia que nem que Cristo descesse à terra seria candidato à Câmara de Lisboa [risos]. Portanto, os «nuncas» não existem na vida pública. Não vislumbro que na fase da vida em que estou depois deste projecto que não continue a desempenhar funções públicas. Vamos viver uma coisa de cada vez”.
Outro caso abordado de forma clara por Pedro Machado foi o problema, de que se fala há dezenas de anos, do aeroporto na zona centro.
Pedro Machado,  continua a defender que a melhor solução para o turismo e outros sectores da economia da Região Centro é a abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil. “Mantenho essa coerência”, afirmou. Mas, não obstante as vantagens e os baixos custos para o Estado, acrescentou, “o lóbi político de Lisboa não quer que isto aconteça”. Entretanto, recordou que Santana Lopes, que outrora defendeu Monte Real, mudou de rota. Para Pedro Machado, o líder da Aliança e antigo presidente do PSD, protagonizou um “exercício triste, ao vir defender Alverca”.
A entrevista está aqui. Uma nota para o jornalista Jota Alves: ao contrário do que havia acontecido na anterior edição, em que quase atropelou o entrevistado (Carlos Tenreiro), nesta edição esteve bem ao colocar questões importantes e dando espaço para o esclarecimento.

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