sábado, 26 de outubro de 2013

Esta nossa barra... (II)

Ontem, editei este post, de que reproduzo parte...

Se há coisa com que lido mal é com acidentes no mar. Sou filho, neto e bisneto de pescadores, e estas tragédias tocam-me profundamente, até porque tenho antepassados que tiveram o mar como sepultura eterna.
Daí, apesar de ter tido conhecimento da triste ocorrência,  praticamente no momento em que estava a ocorrer, só agora ter  arranjado estofo para publicar este post.
Entretanto, recuei até ao já longínquo ano de 1996. Manuel Luís Pata,  no extinto  Correio da Figueira, a propósito da obra, entretanto  concretizada,  do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava isto.
foto Pedro Agostinho Cruz
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com  os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra  vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”

Hoje, li isto no Público.
"A forma como a barra do porto da Figueira da Foz foi construída pode ter ajudado ao naufrágio da Jesus dos Navegantes, a embarcação da Póvoa de Varzim que levava oito pescadores, e naufragou na sexta-feira ao final da tarde, a 200 metros a sul da barra, causando a morte de dois e o desaparecimento de outros dois. Essa é, pelo menos, a tese do mestre José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.
“Este barco foi engolido de lado”, diz José Festas, um antigo pescador que, como pertence à comunidade piscatória de Caxinas, zona de onde são originárias  vítimas do acidente, conhece todos os homens que foram para o mar na Jesus dos Navegantes. “Desde há dois anos e meio a três anos que isto está sempre a acontecer na Figueira da Foz”, refere.


Tal como ontem,  fico por aqui... O momento ainda assim o aconselha.

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