quarta-feira, 14 de março de 2007

Carta da Martinha Lacerda sobre a memória do verde



Olá, cá estou eu, mais a minha tia, novamente às voltinhas com o “portatil”.
Tou a ficar perita, tou a tomar-lhe o jeito!... Oh, larila!...

Tomei-lhe o gosto, pronto. E, como sei, que a minha última carta agradou ao pessoal jovem, desta vez venho falar de um assunto que vos interessa sobremaneira: o verde.
Não é que cá a Martinha seja do Sporting, nada disso. Como sabem, sou do Cova-Gala... o que até nos permite, a mim e às outras velhotas cá do “hotel”, de 15 em 15 dias, dar uma espreitada para o campo da bola e arregalar os olhos a partir daqui, do geriátrico.... é diversão... da boa... e é de borla.

Bom, agora que o tempo tem estado “direitinho”, fui um destes dias até ao Parque de Merendas comer uma bucha e dar uma olhada, pois tinha visto aqui no OUTRA MARGEM umas fotos que não me deixaram muito tranquila...
O que vi, ao vivo (in loco, como dizem agora vocês...), deixou-me desolada...
Foi, então, que me lembrei que tinha uma fotografia tirada lá, há uns tempos atrás. Aproveitei a ida e tirei outro retracto. Aqui ficam os dois: vejam a diferença.
O verde tá a ir-se... Pouco a pouco, mas ...
Nesta Terra, como se calhar em todo o País, o sonho de quem passa pelo poder, é deixar “obra feita”.
Só que, infelizmente, só obra de betão, porque para outras coisas, outros feitos e outras obras, como por exemplo, obras sociais, cultura, desporto, os covagalenses não têm muita memória.
E, nós, os velhotes, que presentemente quase não temos pra onde ir... andamos nervorsos, inquietos ... tensos... Vingamo-nos nos anti-depressivos ou nas rendinhas...
Ah, mas para não perder o fio à meada, estava cá a Martinha a falar que o betão é visível e enche o olho... Seja uma rotunda ou uma estátua. Ou uma estátua com uma rotunda.

Ah, mas por falar em memória...Foi então que dei por mim a puxar por esta cabeça já um tanto ou quanto encanecida e desmiolada.... Claro que tive de fazer um esforço. Grande: 85 anos, são mesmo 85 anos!...
E reflecti, não muito para não queimar o último neurónio: porque será que certas imagens do nosso passado se gravam na memória e constantemente vêm à tona como se tivessem um significado especial?...
E não foi que me lembrei do meu defunto e dos momentos que passámos ali naquele outrora verde de pinhal?... cá com uns esconderijos!!!...
E ...se fomos lá tão felizes !... Ai que saudades, ai, ai do meu crido Joãozinho...Ai, Ai Joãozinho crido!... como me lembro de ti...
Como me lembro do Verão de 1939 e de como nos amámos apaixonadamente no tempo da nossa adolescência, mesmo em cima da fresquidão daquele musgo fofo e cheiroso!... E a moçoila esbelta, loira, rosto oval, olhos verde-esmeralda, a beleza da Terra... que eu então era!...

Mas, o tempo passou e o que, nessa época, foi alegria, excitação, entusiasmo, tornou-se aborrecimento e desânimo, nos dias de hoje!...
Desculpem lá, mas o que tem valido para me distrair, são as espreitadas aos jogos do Cova-Gala, aos domingos, e agora estas cartitas que aqui vou deixando...
Ah, mas voltando “à vaca fria”: o verde que está a desaparecer do Parque das Merendas... Bem, a falar verdade, meus cridos, a Martinha pôs-se a pensar e descobriu que a partir do momento em que pomos perguntas para as quais não encontramos resposta, caímos sem perdão sob a alçada dos dois poderes que mais eficientemente nos torturam: o medo e a dúvida.
Por tradição cada Terra tem o seu tolinho. A nossa tem mais.
E certificados. Ora, ora... Nisso somos mesmo riquinhos...

Saúde para todos e até qualquer dia.
Martinha Lacerda




14 comentários:

Anónimo disse...

Será que para passar do relvado para o sintético, o piso está a atravessar uma fase intermédia, a do pelado…

Anónimo disse...

Bom, é assim faz-se o que se quer?... Ui, que medo dos autistas...
É isto a democracia?...
É certo que em democracia, os eleitos são cidadãos como os outros, que receberam dos demais o voto de confiança para exercerem temporariamente o cargo ao qual se propuseram.
Apresentaram argumentos sobre as capacidades que dispunham para o lugar, foram mandatados, mas não podem estar acima da crítica popular. Têm carta branca para governar, mas vão ter que prestar contas aos eleitores.
Ai se vão...

Anónimo disse...

Hoje à tarde fui abordada por um moço, um desses que costuma inundar de comentários os futebóis, que me disse ter lido este posto no Outra Margem...

Ele – li o que escreveu, mas...
Eu - gostaria de saber o que tu e os teus amigos pensam disto, do ambiente?
Ele - sim.
Eu – então?...
Ele - nada.
Eu – ok...
Ele - "fixe"
Eu - e não me dizes mais nada?..
Ele - digo
Eu - diz...
Ele - tava bué de fixe...
Eu - sabes o que são preocupações com o meio ambiente?...
Ele – não.
Eu – ok.

E fui ver o mar...

Anónimo disse...

A D. Martinha por acaso não está a ser facciosa pois não?
Se queria dar uma ideia do contraste entre dois estados de verdura, devia tirar uma foto rigorosamente do mesmo local, ângulo etc.
Mas uma coisa se pode acrescentar:
com aquela erva toda que lá estava, os donos dos lulus iam para lá passeá-los ( alguns continuam a fazê-lo) e aquilo era caquinha escondida na erva que era um regalo. Depois fica aquele cheirinho misto de erva rapada e mijo de cão que é tão agradável e do melhor que há para uma pessoa se sentar ali a ler ou a merendar.
E cobras? também é bom para elas, embora seja mais difícil encontrá-las agora porque as bichinhas também não gostam, nem de merda nem de mijo de cão.
Está-se mesmo a ver que a "relva" em tufos não é o melhor piso para dar uns toques na bola e pode até contribuir para algumas entorses.
Mas o melhor é o acampamento cigano em duas belas autocaravanas, ali mesmo à esquina, junto ao mercado. É um belo cartaz, à semelhança de outros que por cá temos, destacando-se aquele amontoado tecnológico na 12 de Julho, quem vem do sul, lado nascente, junto à venda da minhoca. Vão-me dizer que aquilo está em propriedade privada e que o dono pode fazer o que quer. Mas falando-se com ele, talvez se arranje uma solução para disfarçar aquela coisa.
Mas voltando ao assunto do verde, é isto: Pelado é melhor, não dá trabalho nem despesa. Relvar e ajardinar para cão cagar, não. É melhor educar os cães, já que os donos, não têm nem querem cura.

Anónimo disse...

Menino tózito (da lota:

Fica-lhe bem a confissão: Pelado é melhor, não dá trabalho nem despesa. Já agora podia ir até ao fundo e dizer: cimentado é o ideal!...
Quanto ao local, ângulo etc. com todo o respeito aceite a sugestão: abra bem um olho e feche o outro e logo vê que o enquadramento é o mesmo... falta é a relva... mas está lá o seu pelado de estimação..
O menino é um brincalhão mas olhe que qualquer dia só temos cobras no jardim zoológico.
Agora foi a erva qualquer dia vão as árvores e para aquilo não ficar assim tão despido lá vêm uns prediozitos...
O menino sabe-a toda...

Anónimo disse...

Olha lá oh tó (da lota):
Explica lá porque é que o Parque de Merendas tá a ficar pelado!...
Olha que a tua amiga Fátima Felgueiras, a propósito do estádio lá da terra dela ter ficado pelado, aproveitou o período antes da ordem do dia de uma sessão lá da câmara dela para falar sobre o assunto na sequência das explicações que deu sobre as novas regras da política desportiva municipal.
Segundo Fátima Felgueiras, a decisão está relacionada com o facto de as camadas jovens dos clubes não puderem utilizar aquele espaço de forma sistemática se fosse colocado um tapete verde. Mas não só: a autarca explicou que a manutenção do estádio relvado é onerosa para os cofres da edilidade.
Dadas as circunstâncias, e ponderados todos os factores, a Câmara decidiu manter o estádio municipal pelado.
Uma decisão que como se sabe não agradou ao Clube Académico de Felgueiras mas que a autarquia vai manter.
Lá como cá: relvados não obrigado, ficam caros!.. pelados é que é bom, ficam pouco dispendiosos!...
E no poupar é que fica o ganho!...
O dinheiro é preciso para outras épocas...

Anónimo disse...

Bom post senhor Ag....... ou seja Martinha Lacerda, Tó (da lota) e mais alguns nomes..
O senhor mais parece o Fernando Pessoa é só heterónimos, ou é Martinha Lacerda, ou Tó(da lota), você tem que escrever um livro, porque você têm jeito, até podia dar o nome ao livro de " O que eu queria ser, mas o raio do Simão ganha sempre", excelente título.



P.S: quanto aos futebois é muito mau da sua parte estar a insinuar que as pessoas que comentam os posts relacionados com o tal futebol, são burras, porque toda a gente sabe que o maior burro daqui da terra é o(a) senhor(a), que se continua a candidatar a uma junta que nunca vai ganhar, porque toda a gente sabe que quem não têm jeito para gerir um café, não há-de ter para gerir um junta..

Ai e já agora veja se a Fátima Lopes o patrocina como está agora a patrocinar o Sporting, é que o(a) senhor(a) não têm assim muito bom aspecto, mude lá o seu estilo, mude o seu guarda roupa, para ver se ganha aquilo que tanto ambiciona e nunca vai conseguir.

Um abraço para o(a) senhor(a) e um beijinho para a Martinha Lacerda(Domingo apoie o Cova, lá da janela do lar, e melhoras para a sua cabecinha)..


Já sei que o comentário não vai ser publicado, porque custa muito ouvir as verdades.

Anónimo disse...

Se queria dar uma ideia do contraste entre dois estados de verdura, devia tirar uma foto rigorosamente do mesmo local, ângulo etc.

Mantenho o que disse.
De resto não sou eu que me arvoro em dono da aldeola.
Vocês que elegem quem lá está, zangam-se por dá cá aquela palha e depois, bota abaixo.
Sabe que mais?
A maré está a vazar e eu vou mas é correr a borda.

ANTÓNIO AGOSTINHO disse...

oh senhor ele, ouvir as verdades até não custa nada, custa é ouvir as mentiras. E vocês mentem tanto, tanto, tanto...
Em vez de senhor ele assinava como abaixo tó (da lota). É o seu habitual e aí é forte!...
Assim estava tudo correcto. Todos sabemos quem somos...
Como diria a Martinha Lacerda: "ohlarila".
Eu sou o António Agostinho. O BI já sabe o número. Está tudo na Junta.

Anónimo disse...

oh ele vamos mas e a ver isso. o tó (da lota) sou eu...
afinal isto é só clones ou quê...
Vamos lá a ver...
Já estou xatiado pra burro...

Anónimo disse...

Em 2006, com uma taxa de crescimento do PIB de 1,3%, Portugal foi apenas o país da União Europeia que registou o menor crescimento económico. Muito aquém do crescimento médio da UE-25, que foi de 2,9%, ou de nuestros hermanos, que alcançaram os 3,9%. Mas, bom mesmo é o crescimento das economias do leste europeu. Podem conferir tudo no Eurostat.
Entrementes, o primeiro-ministro, que não deve consultar o Eurostat, fez uma festa do caraças e declarou que os dados do INE representam um bom sinal para a evolução da economia em 2007, e comprovam que Portugal está em progressiva melhoria.
Como se isso fosse possível, com todos os outros países a crescerem mais do que nós!!!…
Oh ele é com gajos como tu que o sócrates conta....
Deves ser cá um cérebro....

ANTÓNIO AGOSTINHO disse...

Isto está lindo está. Parece que está tudo louco!..
Se a "poeira do pelado levantou", façam o que deve ser feito: reponham o relvado.
Entretanto, aproveitem.... Eu, cá pela chafarica vou-me divertindo à brava...
Retribuição do abraço para ele....E não se enervem, vocês até são felizes....
Têm tudo para isso, ganham em todos os campos...
Grandes jogadores, sim senhor...
Saúde e parabéns amigos...
Agora, para ditaduras de listas únicas únicas, comigo não...
A democraica chateia, mas é tão bonita...não há nada para quem é do contra...
tenham paciência....olhem que o ódio é uma coisa muita feia.

Anónimo disse...

Parece-me que o meu comentário atrapalhou muita gente.
É o sr. Agostinho a comentar, é o Tózito (da lota) e agora também apareceu o este.
Isto é uma maravilha.

Anónimo disse...

Eu disse que ia correr a borda e fui. Não comentei mais nada.
Já disse que confusões não é comigo.
O meu meio-irmão faz-se à confusão porque é uma pessoa confusa. Pudera, chama pai a outro!