segunda-feira, 22 de novembro de 2021

PSD Figueira, à espera de Godot?..

 Via Diário as Beiras

Sobre o que está em causa (tornar-se "proprietário" de uma pequena "quinta", como é o PSD na Figueira), cito um pequeno excerto da minha crónica na Revista Óbvia de Novembro, esta segunda-feira nas bancas à sua espera.
"Na Figueira, em 2021 e anos seguintes, concorde-se ou não, a vida política vai passar por políticos como Santana Lopes - aqueles que sabem aproveitar as oportunidades pessoais.
Santana sempre foi mestre a aproveitar as falhas dos chamados "notáveis", que desprezam num partido enraizado no povo, os  militantes. Os "baronetes" das concelhias e das distritais, têm de si próprios e da sua importância uma ideia desproporcionada do peso real que lhes é dado pela máquina partidária dum partido com Povo, como é o PSD.
Sem esquecer que na "elite" local há quem se oponha, não me admirará que o verdadeiro "proprietário" do PSD Figueira, nos próximos tempos, venha a ser, não alguém que defenda a aproximação a Santana, mas, ainda que por interposta pessoa, o próprio Santana Lopes.
E Santana Lopes, se assim o quiser, nem vai precisar de tornar a ser militante do PSD..."

A meu ver, o PSD Figueira está à espera de Godot. Godot, neste momento, de certa forma, seria a retoma. Mas, entretanto, que se espera que aconteça enquanto se está à espera?
No palco, como certamente no PSD Figueira, enquanto os actores desempenham o seu papel, há um público que espera - para não dizer, desespera... - pela chegada de Godot. Que o mesmo é dizer, esperar por  alguém que parece ser o único e último alento?
Haverá vantagens resultantes de uma espera que ainda pode ser longa?
Na  peça de Beckett, convém não esquecer, há um grande problema: Godot nunca chega.

A grande questão, porém, é que esta crise no PSD Figueira  tem vindo a ser tratada como conjuntural, quando na realidade ela é estrutural. E já de longa duração.
O texto original da peça, escrito em 1948 no final da II Guerra Mundial, detalha as preocupações do Beckett, naturalmente diferentes das nossas, das que temos hoje.
O PSD Figueira, vive uma situação semelhante a um pós-guerra. Contudo, não foram as paredes da casa que ficaram destruídas. Foram as relações entre muitas pessoas que foram dizimadas. 
Este grau de destruição é mais grave, porque não é visível a olho nu. Para quem conhece como funcianam as distritrais dos prtidos do chamado "arco do poder".
Neste momento, debilitada pelos resultados das Eleições Autárquicas, "a indicação, pela Concelhia, do nome do militante figueirense para a lista de candidatos a deputados, tendo em vista as Eleições Legislativas de 30 de janeiro próximo", é irrelevante.

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