Vamos ao enredo da fita mais importante actualmente em exibição na Figueira.
Uma fita cinematográfica, nunca é a realidade. É, ao limite, a realidade que o espectador vê.
A maior parte dos filmes, porém, amputam essa realidade.
O momento da criação está no facto de o autor ir além do que se vê e conseguir transmitir isso ao espectador.
Aí sim, o filme foi conseguido e o seu autor ganhará um lugar de excepção.
Será Carlos Monteiro, um autor capaz?
Daqui a 4 anos veremos...
Se a noite fosse de Óscares, o filme de Carlos Monteiro – "de professor de biologia a presidente da Câmara", era o mais premiado.
O actual vereador consegue várias estatuetas, algumas ilustres desconhecidas (caso do Miguel Pereira, em sexto, e Mafalda Azenha, em quarto). Alcança, ainda, outras bem conhecidas, como o caso de Luis Ribeiro que deixa Rui Duarte no mato sem cachorro e num magistral golpe de rins, aceita ir em Sétimo lugar na lista da AR.
Outra “estatueta”, menos conhecida, é Raquel Ferreira, actual secretária coordenadora da secção da Figueira, ligada à sensibilidade de Iglésias, que aceitou um “desonroso” nono lugar na lista da Assembleia Municipal, se tivermos em conta o lugar de Mafalda Azenha (quarto lugar na lista da Câmara).
É caso para dizer, que todos temos um preço, e neste caso, não é fixo nem certo, poder-se-á dizer que é mais preço de saldo.
Mário Paiva, uma “estatueta” repetida, tem o preço certo, e não é o Fernando Mendes, mas acertou em cheio na montra. Para além de ver a mulher (Mafalda) no quarto lugar, ainda é contemplado com o 12 lugar na lista da AM. Tudo a troco dos votos internos do PS, prometidos ao professor de biologia Monteiro.
O resto da lista da AM, já previsível, é monteirista.
O caminho parece estar aberto a Monteiro, para o filme da sua ambição - chegar a presidente do PS/Figueira e, principalmente, suceder ao edil Ataíde.
Mas, até ao fim deste filme, muita fita vai correr no pano branco ou rosa.
Quatro anos é muito tempo...
Contudo, os filmes começam sempre na hora certa. Principalmente, quando chegamos atrasados...
Assim como posso elogiar um filme, sob o ponto de vista estético e não concordar nem com a ética, nem com as ideias expressas, em nada me incomoda a apreciação dos méritos de uma boa publicidade...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário