sábado, 26 de agosto de 2017

Eucalipto

"Assisti recentemente a uma palestra na Figueira da Foz sobre a “Floresta, incêndios, mitos e equívocos”
A longa apresentação defendeu os “incontestáveis” benefícios da “floresta do eucalipto”, recorrendo a muitos números e gráficos. Só faltou dizer que o “eucalipto não arde em Portugal”, mas arde na Austrália onde provoca gigantescos incêndios, causando centenas de mortes, e é apelidado de “gasoline tree”
Paralelamente o orador convidado, representante da indústria do papel e da celulose (CELPA), passou um atestado de incompetência às instituições estatais, desde o Ministério do Ambiente à Proteção Civil. Não faltaram as críticas aos ambientalistas, “uns doidos que se acorrentam a árvores”. A cereja em cima do bolo: o apelo ao consumo de papel, vamos imprimir emails para “proteger a floresta”
No final algumas perguntas incómodas, desde a poluição gravíssima no rio Tejo até ao facto do investimento da indústria da celulose em “floresta certifi cada de produção de eucalipto” ter estagnado ( 6 % do total). Se realmente os terrenos “improdutivos” abundam e são baratos, porque não investe a indústria e “organiza” o território? 
A resposta foi esquiva, porque fica mais caro ter meios de proteção, certificar, tratar quimicamente,…etc. 
E por isso, a desregulação (“alguém viu o arranque de eucaliptais ilegais?”) e a desorganização florestal não incomodam a indústria da celulose e do papel. O eucalipto após o incêndio rebenta de novo, expande-se, invade e nem precisa de ser plantado. 
Temos 400 milhões de eucaliptos em Portugal. São plantados por uma única razão: dinheiro."

Via AS BEIRAS

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